A Polícia Militar do Estado (PM/AC) comemorou na segunda-feira, 25, os 99 anos de fundação. A programação teve início no último sábado, 23, e se estenderá até dia 30. O encerramento vai acontecer no Clube dos Oficiais da PM, com um baile de gala. Além disso, durante a semana ocorrem competições desportistas, cerimônias, palestras, cultos ecumênicos e um concerto musical.
Atualmente, a corporação conta com 2.738 policiais militares ativos, distribuídos nos 22 municípios acreanos.
Segundo o comandante-geral da PM/AC, coronel Júlio César, a Polícia Militar participou efetivamente na construção do Estado. “São 99 anos de muita luta. A instituição participou da construção de monumentos, como o palácio, o aeroporto, e até do nosso quartel. Construiu efetivamente a antiga guarda territorial, que em 1974 se transformou nessa Polícia Militar que tanto honra os cidadãos acreanos”, disse.
Ainda segundo o comandante-geral, há muitos motivos para comemorar esses 99 anos. “A corporação vem na luta, claro que com muita dificuldade. É uma polícia considerada honesta, com baixíssimos índices de corrupção. Temos policiais empenhados na segurança da população. Nossa parte, com certeza, estamos fazendo com dedicação”, finalizou.
Servindo há 35 anos
Ao longo da história da PM/AC, vários policiais se destacaram, seja pelo seu desempenho ou pelo seu verdadeiro amor e dedicação pela instituição. Esse é o caso do major Feitosa, de 58 anos. Ele está na corporação desde 1º de abril de 1980, há 35 anos.
Segundo o major, durante a infância a sua maior vontade era ser policial militar. “Eu comecei como soldado. Naquele tempo, eu assistia as formaturas dos policiais na praça, e aquelas cerimônias me inspiravam”, disse.
Para Feitosa servir à população acreana e ao Estado é motivo de muito orgulho. Ele destaca que hoje o interesse por uma vaga na corporação é muito maior. “Quando fiz o concurso eram 60 vagas e apenas 100 candidatos. Hoje, em um concurso para policial com 300 vagas, cerca de 14 mil pessoas se inscrevem. Tem mais pessoas querendo ser policial do que na minha época”, disse.
Feitosa considera que atualmente a PM/AC está em um nível superior, se considerado os primeiros anos de atuação. “Houve tempos ruins e tempos bons, hoje considero muito melhor. A instituição evoluiu, por exemplo, antigamente não se exigia curso superior, hoje é necessário. Pessoas capacitadas cooperam muito mais com a instituição”, explicou.
O major contou que já viveu muitas histórias ao longo desses 35 anos de carreira. Mas, segundo ele, uma história foi mais marcante. “Chegamos para atender uma ocorrência na Avenida Ceará, há uns 5 anos atrás, foi um acidente de trânsito. Quando chegamos, já existia uma vítima fatal, coberta por um lençol branco. Quando nos aproximamos, o homem que estava aparentemente morto, se descobriu e saiu correndo. Foi inesquecível”, relatou.
Atualmente Feitosa trabalha na parte administrativa da instituição e até o final deste ano vai se aposentar. “Vou sentir muita falta. A gente acaba se acostumando com a rotina”, finalizou.
História da PM/AC
Após diversos acordos entre brasileiros e bolivianos para decidir com quem ficaria as terras acreanas, em 17 de novembro de 1903, foi assinado o Tratado de Petrópolis. Esse tratado selou o destino do Acre, que permanece como integrante da federação brasileira. A estrutura organizacional da milícia acreana modificava-se de acordo com o desenvolvimento administrativo do Estado.
Depois da unificação dos Departamentos, no dia 1º de janeiro de 1921, as companhias regionais foram extintas. Então, a Força Policial do Território Federal do Acre foi criada.
Por falta de estrutura, a PM/AC foi concretamente instalada em 31 de março de 1974. Porém, a Lei nº 812 de 5 de dezembro de 1984, instituiu a data 25 de maio de 1916 como marco inicial da Polícia Militar do Acre.