“Estacionar o caminhão no posto de gasolina custa R$ 40 por dia. Parados nós temos despesas com banho e alimentação. Se soubesse que a Suframa estaria em greve nem tinha feito essa viagem”, desabafou o caminhoneiro Thiago Antonio, que atua há três anos no ramo e está desde o início da semana aguardando liberação para entregar papel higiênico e piso.
Os servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus deflagraram uma greve em decorrência do descumprimento de acordo com o governo sobre a reestruturação do Plano de cargos e salários. Pautas como infraestrutura e falta de valorização também contribuíram para o movimento.
Segundo o coordenador local da Suframa, João Dias, os servidores estão cumprindo o atendimento exigido de 30%, obedecendo a prioridade das cargas de medicamentos e alimentos perecíveis. No Acre, a Suframa conta com 27 funcionários.
De acordo com Carlos Afonso Paiva, caminhoneiro há 24 anos, os gastos são muitos. “Gasto R$10 reais de manhã, R$ 15 no almoço e mais R$ 15 no jantar. Esses custos não serão ressarcidos pelas empresas ou pela Suframa, tá saindo do nosso bolso. Além da falta de segurança, à noite o ambiente fica bem pesado aqui no pátio. Muitos jovens utilizam o espaço para uso de entorpecentes!”, falou o motorista.
O vice-presidente do Sindframa, Renato Santos, explica que o Governo Federal justifica o veto e aponta a inconstitucionalidade do item que equiparava os salários dos trabalhadores do órgão aos servidores de outras esferas federais, uma vez que o Congresso não pode propor matéria que cause impacto no Orçamento.
“A Suframa está abandonada. Tanto é que temos um prédio caindo aos pedaços. Em Brasiléia, os servidores estão em uma salinha cedida pela Prefeitura. Então, além da valorização do servidor, estamos brigando pela valorização da Suframa em si. Não temos condições de trabalho”, denunciou o sindicalista.