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“Desde que alagou minha casa, não tenho mais paz quando chove”, afirma morador que ganhou causa contra Depasa

“Desde que alagou minha casa, não tenho mais paz quando chove”, afirma morador que ganhou causa contra Depasa

“Estava trabalhando, quando minha irmã me ligou dizendo que a água estava entrando em casa. Quando cheguei, não acreditava que aquilo estava acontecendo”, relembra Janderlei Borges de Matos, morador do bairro Esperança I. Meses depois, a justiça deu ganho de causa à ação de danos morais. A decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico nº 5.401, da última segunda-feira, 18.

Como parte da decisão, o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) deverá pagar uma indenização por danos morais, no valor de R$ 6 mil, em razão de má prestação de serviço.

“O quarto da minha filha estava montado há pouco tempo. Todos os móveis com o tema das princesas, que ela sempre sonhou. Quando a água entrou estragou tudo. Ficou o prejuízo financeiro e emocional. Isso ocorreu no ano passado e, desde então, não tenho mais paz quando chove”, confessou Janderlei.

A água invadiu a casa de Janderlei durante o período da obra do programa Ruas do Povo. “Eles estavam limpando a rua, quando veio a chuva e a água não teve como escorrer e foi para dentro de casa. Moro há 12 anos no Esperança e nunca vi a água entrar em casa como ocorreu. A água subiu uns 20 centímetros”, explicou o morador.

“Depois do ocorrido, procuramos a empresa e o Depasa. Como não nos foi oferecido nenhum suporte, nós resolvemos acionar a Justiça. Se a obra tivesse sido feita com a qualidade mínima, minha família não teria tido tanto prejuízo”, alega Janderlei.

As reclamações sobre a qualidade das obras do programa Ruas do Povo também são confirmadas pelo presidente do bairro Esperança, Arivaldo Mendes. “A obra nem acabou e o asfalto afundou onde havia uma caixa de esgoto. O piso tátil utilizado para deficiente visual possui vários obstáculos. Todos os dias identificamos problemas. Procuramos os encarregados, a empresa e o próprio Depasa, mas nada é resolvido”, desabafou.

A liderança do bairro também já solicitou a limpeza do córrego para evitar que água invada outras casas. “Até agora não fomos atendidos”, lamenta Arivaldo Mendes.

A Procuradoria Jurídica do Depasa diz que vai recorrer da decisão

Por meio da assessoria de comunicação, a Procuradoria Jurídica do Depasa informou que irá recorrer da decisão, já que, de acordo com os laudos técnicos produzidos pelos engenheiros, utilizados na defesa da ação, a causa dos transtornos na casa de Janderlei Borges de Matos foi a localização do imóvel e não as obras do programa Ruas do Povo.

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Fotos- Odair Leal/A GAZETA
Fotos- Odair Leal/A GAZETA
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