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Após morte e superlotação em abrigo, transporte de imigrantes é retomado

Transporte voltou a ser feito, após quase dois meses . (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)
Transporte voltou a ser feito, após quase dois meses . (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

O transporte dos imigrantes de Rio Branco para São Paulo foi retomado após quase dois meses. Nesse período, uma mulher morreu vítima de pneumonia e o abrigo ficou superlotado chegando a ter 554 pessoas, a maioria vinda do Haiti. Agora, foram retomada as viagens, custeadas por meio de um convênio entre o Governo do Acre e o Ministério da Justiça.

Desde a última quinta-feira, 14, mais de 80 imigrantes saem do Estado por dia. De acordo com a direção do abrigo, diariamente chegam uma média de 20 novos imigrantes ao local.

De acordo com um dos coordenadores do abrigo, Lucinei Cardoso, o convênio com o Ministério da Justiça prevê a realização de 21 viagens entre Acre e São Paulo.

Ainda segundo o coordenador, mulheres, crianças, idosos e aqueles imigrantes que estão há mais tempo no abrigo estão tendo prioridade nos embarques.

Cardoso explica, no entanto, que a dívida anterior que havia entre o governo e a empresa de transporte, e que supera R$ 3 milhões, ainda não foi quitada. “A Casa Civil e a empresa ainda estão em negociação”, afirma.

Entenda o caso
Imigrantes chegam ao Acre todos os dias através da fronteira do Peru com a cidade de Assis Brasil, distante 342 km da Capital. A maioria são imigrantes haitianos que deixaram a terra natal, desde 2010, quando um forte terremoto deixou mais de 300 mil mortos e devastou parte do país. De acordo com o Governo do Estado, desde 2010, mais de 36 mil imigrantes entraram no Brasil pelo Acre.

Eles vêm ao Brasil em busca de uma vida melhor e de poder ajudar familiares que ficaram para trás. Para chegar até o Acre, eles saem, em sua maioria, da capital haitiana, Porto Príncipe, e vão de ônibus até Santo Domingo, capital da República Dominicana, que fica na mesma ilha. Lá, compram uma passagem de avião e vão até o Panamá. Da cidade do Panamá, seguem de avião ou de ônibus para Quito, no Equador.

Por terra, vão até a cidade fronteiriça peruana de Tumbes e passam por Piura, Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira com Assis Brasil (AC), por onde passam até chegar a Brasileia.

Até março de 2015, os imigrantes deixavam o Acre em ônibus fretados pelo Governo do Estado. Porém, por falta de pagamento o transporte deixou de ser feito.

Em abril, o governador Tião Viana disse em coletiva que os o Ministério da Justiça deveria assumir o trabalho de acolher e encaminhar para outros estados os imigrantes. Já que de acordo com o gestor, o Estado não possui mais condições de realizar esse trabalho.

Em nota, o Ministério da Justiça disse que o caso ainda está sendo debatido. “O tema, de esfera interministerial, está em processo de análise pelo Ministério da Justiça e está sendo discutido em conjunto com autoridades de diversas outras pastas federais”, diz a nota. (Com informações G1/AC)

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