Crenças, medo e curiosidade. Tudo isso está envolvido no dia a dia das escolas. Como? Uma nova lenda urbana entre a meninada chamada ‘Charlie, Charlie Challenge’, que tem como intenção invocar um demônio mexicano, virou febre nos últimos dias deixando a ‘Maria Sangrenta’ para trás.
A ideia é basicamente colocar um lápis sobre o outro em forma de cruz em cima de um papel com as palavras ‘sim’ e ‘não’. A pessoa que aceita o desafio faz perguntas ao ‘Charlie’ e ele responde de forma objetiva.
A brincadeira parece simples, mas tem tirado o sono de muitos jovens que entraram na ‘onda’ de invocar o ‘Charlie’.
Alguns gestores de escolas de Rio Branco fazem queixas sobre o tumulto que o desafio está causando no dia a dia escolar. Há situações em que os alunos que não conseguem dormir ou que estão em pânico após participar da brincadeira.
É o caso da estudante Lohana Régio, 15. Na última quinta-feira, 28, após assistir a um vídeo sobre como se faz o ‘Charlie, Charlie Challenge’, ela resolveu brincar pela primeira vez. Disse que não acreditava, mas foi impulsionada pela curiosidade. “Achei que fosse mentira. Mas, quando começamos a fazer perguntas, o lápis se moveu sozinho, mesmo sem vento, porque as janelas estavam fechadas. Quando perguntamos se Charlie estava entre nós, ele disse que sim. Depois de um tempo, perguntamos se um colega nosso podia sair da roda, porque ele precisava ir, mas Charlie não deixou. Ele disse não três vezes”.
Lohana acredita que se ela ou qualquer outra pessoa sair da brincadeira sem a autorização do ‘Charlie’, algo muito ruim poderá acontecer a ela ou a alguém próximo. Isso a deixou assustada.
“Foi horrível. Tínhamos que voltar do recreio, mas não conseguíamos permissão para sair. Passamos pelo menos 1h30 tentando nos libertar disso. Somente depois desse tempo conseguimos”.
Após a brincadeira, a jovem afirma ter sentido dores de cabeça e não ter conseguido dormir à noite. “Como tinham outros meninos na roda, alguém pode ter assoprado para forçar a resposta. Então, eu não sei se eu realmente saí do desafio”, disse aflita.
Outra estudante que teve mal-estar após ter participado da roda de invocação foi Maria Elaine dos Santos, de 14 anos. Ela afirma ter sentido tonturas desde então. “Ainda não dormi direito”, revela.
* Confira mais informações sobre esta e outras brincadeiras perigosas na reportagem especial que será publicada na edição deste domingo, 31, do Jornal A GAZETA.