A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou 96,4 pontos em maio e entrou pela primeira vez, desde o início da série histórica, em janeiro de 2010, na zona negativa, abaixo de 100 pontos. O indicador caiu 6,3% na comparação com o mês passado e 21,2% em relação a maio de 2014.
Todos os quesitos ligados a consumo (Nível de consumo atual, Perspectiva de consumo e Momento para duráveis) estão na zona negativa, sendo o item Momento para duráveis o que apresentou a maior queda, 10,7% na comparação mensal e 36,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apenas os quesitos relacionados ao emprego (Emprego atual e Perspectiva profissional) ainda estão acima de 100 pontos, mas com tendência de queda, tanto na comparação mensal, quanto na anual. O percentual de famílias que se sentem mais seguro em relação ao emprego atual é de 37,2%. No mês passado, o percentual era de 40%.
As famílias também avaliam piora nas perspectivas em relação do mercado de trabalho, com queda de 3,9% em comparação ao mês anterior, e de 9,5% a maio de 2014. O índice Perspectiva profissional registrou 110,6 pontos. A maior parte das famílias, 50,8% “ante 53,7% em abril”, ainda considera o cenário favorável de mercado de trabalho para os próximos seis meses.
O economista da Fecomercio, Roberval Ramirez, analisa que embora haja boa perspectiva para o emprego, já podemos observar registro de queda e movimento de férias coletivas pelos segmentos mais representativos de mercado, a exemplo das atividades comprometidas do segmento de supermercados e comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo que tiveram queda de 2,4%, assim como, móveis e eletrodomésticos (-6,8%); combustíveis e lubrificantes (-2,1%); e tecidos, vestuários e calçados (-1,2%). A queda de mercado apenas para os segmentos destacados que representam dúvidas quanto ao desempenho de empregos na economia.
“A quantidade de empregos nos serviços públicos, pode ser aquela que se mostra otimista com relação à segurança em relação ao emprego atual, mesmo já demonstrando retração de 2,8 pontos percentuais com relação aos 40% otimistas no mês passado. Como demonstra o estudo da CNC, 3,9% das famílias avaliam piora nas perspectivas sobre o mercado de trabalho, em comparação com o mês de abril. Essa avaliação alcança 9,5% quando comparada a maio de 2014”, aponta Ramirez. (Assessoria Fecomercio/AC, com informações da CNC)