Muitas pessoas aguardam anos por um transplante. Josenildo Borges, 38, é um paciente renal crônico, que há mais de dois anos faz hemodiálise, três vezes por semana.
Ele contou com o amor do irmão Jucelino Borges, 30, que decidiu doar um dos rins para vê-lo sorrir novamente e romper a dificuldade de encontrar um doador compatível. Entre o diagnóstico da doença, as sessões de hemodiálise e o transplante, se passaram quase três anos.
Este é o primeiro transplante renal intervivo (com doador vivo) do ano realizado no Acre. A cirurgia ocorreu na manhã da quarta-feira, 13, no Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco, e durou, aproximadamente, quatro horas, entre a retirada e implante do órgão.
Uma equipe de mais de 17 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos e residentes, participou do procedimento. De acordo com o cirurgião vascular, Thadeu Moura, que coordenou a equipe, os irmãos passam bem e a cirurgia foi um sucesso.
Esse tipo de procedimento é possível quando se trata de órgãos duplos ou partes de órgãos e tecidos, cuja retirada não cause ao doador comprometimento de suas funções vitais e aptidões físicas ou mentais nem provoque deformação. Também é necessário que doador e receptor tenham tipagem sanguínea compatíveis.
Nova oportunidade
Nascer de novo. Essa é a sensação de Josenildo ao falar do transplante de rim. “Saber que poderei fazer coisas que há muito tempo não fazia por causa da doença, me alegra muito. Quem faz hemodiálise tem a vida interrompida, pois passa a maior parte do tempo dentro de um hospital. É um sofrimento sem comparação”, falou.
Borges se emociona ao falar do gesto do irmão e agradece pela nova oportunidade. “Não existe palavras para descrever meu sentimento por ele, obrigado é muito pouco. Quem doa o órgão, está doando a vida. O gesto dele foi de muita coragem”, disse.
A nefrologista e vice-coordenadora do Setor de Transplante de Rim, Gabriela Lazarre, diz que o transplante permitirá que Josenildo tenha uma vida próxima da normalidade. “O transplante de rim não cura a doença que levou o paciente a ter um problema renal crônico, mas garante melhor qualidade de vida”, garante. (Mônica Araújo / Assessoria Sesacre)