Após os professores decidirem que a greve na Universidade Federal do Acre (Ufac) começa na próxima sexta-feira, 29, alguns estudantes apoiam o movimento, já outros temem as consequências do atraso causado pela paralisação.
Os professores reivindicam a estruturação da carreira docente, a valorização salarial dos ativos e aposentados, a melhoria das condições de trabalho nos núcleos do interior, defesa da autonomia da universidade e reajuste de 27%, sendo a maior parte de perdas salariais.
“Tomara que a greve não demore muito tempo. Quero me formar ainda esse ano e preciso dos professores em sala de aula”, confessou a estudante do curso de engenharia civil, Marina Souza.
Para o acadêmico de história Ricardo Tomás, a maioria dos estudantes é a favor da greve, apesar dos prejuízos com reposição de aulas além do calendário da universidade. “A greve é ruim para todos, mas apoiamos porque entendemos que as reivindicações são justas”, confirmou.
Em todo país, mais de 40 universidades federais já deliberaram greve. Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Ufac, a medida é o último recurso diante da falta de definição do governo federal nas negociações.
“Isso mostra que os professores estão mobilizados e atentos às pautas e reivindicações. Hoje está ocorrendo uma reunião no Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, na qual o governo terá que dizer se vai atender a nossa pauta ou vai continuar dizendo à população que precisa fazer, a todo custo, o ajuste fiscal, em detrimento aos direitos do trabalhador”, disse o presidente da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), Gilberto Melo.
Atualmente a Ufac conta com aproximadamente 800 professores. “A situação chegou ao limite. O Governo sempre protelava. Marcava uma reunião e não trazia propostas, ia sempre adiando uma posição e chegou em um momento que não deu mais para ter outra postura que não fosse a greve”, afirmou o presidente da Adufac.