No dia 13 de junho é comemorado o Dia do Turista. Mesmo estando localizado em plena Amazônia, muitos acreanos afirmam: “Fazer o que no Acre?”. Um descrédito que vem sido combatido com políticas públicas de incentivo e valorização local.
Acredito que você, leitor, não planejou viajar nesse feriado, 15 de junho. Talvez uma colônia. Mas hoje está aqui lendo jornal e o feriado é só amanhã! O tempo está bom, por que não visitar um município? Ou uma pousada ecológica?
Sim, as suas respostas estão relacionadas à divulgação, logística e até desconhecimento. Por isso, o turismo acreano ainda está em fase de desenvolvimento. O debate sobre as possibilidades iniciou – mais fortemente – a partir da abertura da Estrada para o Pacífico. De lá pra cá, o turismo vem se tornando assunto relevante no que diz respeito ao crescimento e desenvolvimento econômico.
FERIADO
Segunda-feira, 15, é aniversário do Estado. O Acre comemora 53 anos. O feriado estadual é uma possibilidade de dar uma fugidinha da rotina. Mari Menezes aprontou sua mochila e na sexta-feira, 12, estava na rodoviária comprando passagem para o próximo ônibus com destino a Capixaba. “Vou aproveitar o feriado e visitar a família para renovar as energias”, diz.
A campanha #PartiuAcre é relacionada a esse tipo de turismo interno. Sebastiana estava voltando para Brasileia, após ter passado uns dias na casa dos filhos: “Um filho mora em Boca do Acre e o outro em Sena, aí fui ver meus netos”, conta.
Já Vitória Rodrigues veio à Capital para comprar insumos para revender em sua cidade. Estava na rodoviária abarrotada de pacotes, que leva consigo na próxima viagem para Assis Brasil. “Fiquei uns dias aqui na casa de parentes, mas vim mesmo pra fazer compras e depois vender tudo”, ressalta.
Hoje, os deslocamentos internos se relacionam, principalmente, a vínculos parentais. É pouco significativo a intenção de usufruir espaços diferentes. “Existem muitas áreas a se desbravar, pontos turísticos e potenciais que queremos despertar e fortalecer para atividades turísticas”, afirma a secretária de Turismo do Estado, Rachel Moreira.
Quem são os turistas que visitam o Estado?
De acordo com a Divisão de Pesquisa e Estatística da Secretaria Estadual de Turismo (Setul), como em outros estados, os meses que possuem mais turistas estrangeiros são de julho a agosto e de novembro a janeiro. A grande maioria é de patrícios: Peru e Bolívia. No final de 2014 passaram 121 peruanos pelo Acre.
Em relação à procedência nacional, os principais são: paulistas, cariocas, rondonienses, mineiros e brasilienses. Estatística que é comprovada com os registros de hotéis localizados na área central de Rio Branco. “Entre os 25 hóspedes que temos hoje, todos são de outros locais do Brasil mesmo”, afirma o atendente Osmir Silva.
Em outro hotel, apenas um dos visitantes era de fora: “Deu check-out hoje um gringo. Ele é americano e passou uma semana aqui”, Jéssica Sousa. “A grande maioria vem mesmo a trabalho, para consultorias para empresas privadas e governamentais”, avalia.
“Se nada der certo, viro hippie”
A célebre afirmação não tem apoio dos hippies. Afinal, eles não “deram errado”, apenas adotaram um modo de vida alternativo. Esses turistas são vistos com frequência expondo sua arte pelas calçadas ou nos sinais de trânsito realizando práticas circenses.
Alguns são andarilhos, mas muitos chegaram ao Estado atraídos pelas práticas religiosas do Daime. O turismo religioso é uma das categorias em expansão. Outra modalidade diferenciada é o turismo gastronômico, que tem estruturado as suas primeiras bases com políticas públicas incentivadas, principalmente, pelo gabinete da primeira-dama Marlúcia Cândida.
Já são realizados alguns festivais gastronômicos no Estado e está sendo construída a Escola de Gastronomia na Cidade do Povo, assim como são ofertados cursos técnicos na área de alimentação pelo Instituto Dom Moacyr, o que tem evidenciado a profissionalização da culinária regional.
Outros tipos de turismo
A partir do dia 25 de julho inicia a Expoacre. Evento que atrai público das redondezas, tanto para visitação, quanto para a exposição. A feira de agronegócios movimenta alto montante financeiro e é oportunidade para os pequenos negócios e economia solidária do Estado. Mas também é lazer, quando a população coloca as botas e cria expectativas com as atrações musicais.
Também em julho ocorre o Festival Yawanawa. O evento das tribos do Rio Gregório celebra a cultura tradicional e marca o fortalecimento do etnoturismo.
E o Juruá? Sítios históricos? Festival de Praia? Arvorismo? Mototurismo? Encontro Náutico? Uma pedalada… E até visitar os Andes. Este ano é cheio de feriados, as férias estão chegando… que tal começar a se programar?