A má prestação de serviços da Eletroacre e os altos valores da tarifa de energia cobrados dos cidadãos acreanos foram temas de debate em audiência pública na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra), da Câmara dos Deputados. Apesar de reconhecer o esforço do Ministério de Minas e Energia e da Companhia de Eletricidade do Acre para melhorar a qualidade no fornecimento de energia elétrica no Acre, o deputado Raimundo Angelim (PT/AC) destacou que “a população ainda não está satisfeita com o serviço prestado, e por isso cobra soluções imediatas”, destacou.
“Conheço as dificuldades enfrentadas para investir em infraestrutura na região Amazônica, principalmente no Acre, onde fui prefeito da Capital (Rio Branco) por oito anos. Os custos são mais altos devido à logística, porém, a tarifa é alta para o nível de renda da população. O Congresso deve discutir políticas que possam apontar formas de amenizar os custos de energia para populações isoladas, de menor poder aquisitivo”, defendeu.
Atualmente, a Eletroacre lidera, pelo 5º ano consecutivo, o ranking do Procon/AC de empresas com mais reclamações de consumidores. Além disso, a empresa tem ocupado sucessivamente os últimos lugares no ranking de distribuidoras de energia do País, de acordo com a pesquisa de Índice de Satisfação do Consumidor, feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No ano passado, a Eletroacre ficou em último lugar no ranking das pequenas distribuidoras.
O especialista em regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Leonardo Queiroz explicou que a principal reclamação dos consumidores da empresa refere-se à interrupção do fornecimento. Essas reclamações representam 20 mil das 35 mil reclamações recebidas mas que houve redução de 37%, de 2013 para 2014. “Ainda assim o número de reclamações é superior à média nacional. Por isso a Aneel vai cobrar um Plano de Resultado das concessionárias de energia com desempenho insatisfatório. Dessa forma essas companhias terão que melhorar a qualidade do serviço no curto prazo, e serão fiscalizadas de três em três meses pela agência”, informou.
Para melhorar a qualidade na prestação do serviço, o representante do Ministério de Minas e Energia, Domingos Andreatta, anunciou que até 2017 estarão prontas as obras dos linhões de energia que vão integrar todo Estado ao sistema nacional.
Atualmente a cidade de Cruzeiro do Sul, segundo maior PIB do Acre, não está ligada à rede. “Até janeiro de 2017 todo o Estado receberá energia do sistema nacional, e cidades que hoje têm energia a partir de produção local, por meio de gerador a óleo diesel e outros meios, terão energia elétrica de qualidade”, prometeu o representante do ministério.
Investimentos- Presente na audiência, o presidente da Eletroacre, Joaquim Oliveira, destacou que os investimentos realizados pela companhia têm melhorado o serviço e diminuído o número de reclamações. Segundo ele, a Eletroacre prevê que a companhia gaste R$ 310 milhões entre investimento e custeio nos próximos dois anos. Porém, a empresa está em fase de captações de recursos e, para isso, ele considera importante a renovação da concessão, que vence em 7 de julho deste ano.