Agentes de todas as forças de segurança do Estado estão em capacitação no 3º Curso Swat Operation promovido pelo comando da Polícia Militar. Cerca de 55 representantes do Exército Brasileiro, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil e Iapen participam das aulas teóricas e práticas.
A capacitação foi iniciada nesta segunda-feira, 1º, e tem previsão para ser concluída na próxima sexta-feira, 5, completando 60 horas/aula. O treinamento está sendo realizado no Centro Integrado em Segurança Pública (Cieps). Ao final do curso, todos serão certificados.
A finalidade é fazer uma padronização com os policiais de modo que eles sejam capacitados a aturarem em ambientes hostis e realizar patrulhamentos de alto risco. Além disso, eles devem aprender como entrar em um confronto onde correm perigo. O objetivo é fazê-los se defender e sobreviver a isso. Também treiná-los para gerenciar crises complexas e ficarem aptos a determinados tipos de negociações onde exista a presença de reféns.
O coronel Ulysses Araújo, comandante do Comando de Policiamento Operacional (CPOI), é o responsável por ministrar o curso da Swat no Estado. Segundo ele, o treinamento é o básico para que os policiais dos Estados Unidos tenham acesso às equipes de Swat. “Eles estarão habilitados da parte de comando, da resposta imediata que deve ser dada à crise e a parte de negociação. Quem sabe, até mesmo de um atirador de comprometimento”, destacou.
Após o curso Swat Operation, os agentes e policiais estarão habilitados a atuarem em situações de risco. No entanto, atualmente, no Brasil, a tropa que é responsável por agir em crises é o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). “Com o curso, eles podem pleitear uma vaga no Bope ou em instituições semelhantes. E, como primeiro policial na cena do crime, eles vão estar habilitados a coordenar a ação de modo a entregar a situação à tropa que fará entrada”.
O coronel Ulysses foi treinado nos Estados Unidos em 2002. O comandante ainda realizou outros dois cursos no país americano. Passou um ano e oito meses fazendo o Curso de Gerenciamento Superior de Polícia fora do Brasil.
De acordo com Ulysses, a convivência com a polícia dos Estados Unidos causou-lhe um grande impacto. “Lá, a polícia é respeitada como sendo um representante da sociedade e do Estado na rua. Existe a certeza da punibilidade, pois uma vez que o meliante cometeu o crime ele realmente será punido. Tem a questão das condições de trabalho. O que é passado para a segurança pública aqui é praticamente 10 vezes menor do que o repassado para a polícia americana. Nós estamos muito longe. Antes de ir para lá, eu achava que nós estávamos 10 anos atrasados, mas hoje eu acredito que estamos a quase 50”.
Na próxima sexta-feira, 5, último dia de curso, haverá uma simulação do resgate de um refém utilizando da equipe para a entrada no local. “Ou seja, a saída não foi negociada e o meliante optou pelo combate. Nós vamos utilizar esse tipo de simulação”, explicou.