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Deputada propõe realização de vasectomia reversível em menores infratores

A líder do PMDB na Assembleia Legislativa do Acre, deputada Eliane Sinhasique, propôs na sessão de ontem, 25, que o Estado submeta os jovens que cumprem penas nas unidades socioeducativas da capital acreana, a vasectomia reversível.

Segundo a deputada, a ideia surgiu após visitar as quatro unidades da capital acreana e verificar que os menores infratores estariam recebendo visitas íntimas. Ela defende que o governo deveria adote medidas mais firmes a fim de evitar problemas sociais.

“Embora estejam presos, muitos deles continuam engravidando moças aqui fora e essas crianças já nascem com o pai preso. Nós não podemos fazer de conta que este problema não existe. Precisamos colocar o dedo na ferida. De alguma forma eles precisam parar de procriar”, disse.

As visitas às unidades foram realizadas em conjunto com a Comissão Mista da Aleac, resultado de reunião com os agentes socioeducativos. Os deputados estavam verificando in-loco a estrutura física dos locais.

Em sua fala, a deputada defende uma nova abordagem em relação ao controle de natalidade. “Mais do que ampliar e fazer cadeias, mais do fazer cursos de profissionalização, eu acho que o governo precisa fazer vasectomia temporal. No momento em que o menor se recuperar se desfaz esta vasectomia”, falou.

A deputada afirma que a probabilidade dessas crianças terem o mesmo destino dos pais, é real. “Fingir que não acontece nada, não trará nenhuma solução para o problema. Não estou tecendo um comentário discriminatório, mas, o fato é que essas crianças irão crescer em lares desfeitos. A probabilidade de seguirem os mesmos caminhos de seus genitores é enorme. Não acredito na evolução, no desenvolvimento de um Estado que investe em cadeias. Acredito que o ideal é a realização do procedimento cirúrgico”, argumentou Sinhasique.

O líder do governo, deputado estadual Daniel Zen (PT) repudiou a proposta da deputada da oposição. Ele afirmou que a colega de parlamento estaria tentando fazer uma espécie de higienização social, fato ocorrido apenas em regimes totalitários e fascistas.

“Em outros momentos da história, nós vimos também à perseguição de diversos grupos étnicos específicos. Adotar esta medida em jovens que cometeram algum tipo de delito é um tremendo absurdo. Isso me assusta demais. Devo dizer que é uma pratica execrável em todos os aspectos. Não se pratica higienização social. Isso é uma coisa odiosa”, destaca o líder do governo, Daniel Zen.

O deputado Jenilson Leite (PCdoB), que também é médico, também comentou sobre o assunto. Ele ressaltou que entende a preocupação da oposicionista quanto à necessidade de se ter um controle de natalidade mais incisivo, porém, discorda que a vasectomia seja a forma apropriada para tratar sobre o assunto.

“Vejo essa ideia como um projeto de castração coletiva. Inapropriado. O Estado não tem autonomia para fazer isso. Sem contar o custo alto que teria para o sistema de saúde. As campanhas devem ser educativas para as famílias, envolvendo a distribuição de preservativos e folhetos explicativos para estes jovens, se é que eles recebem visita íntima”, frisou Jenilson.

 

 

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