Demora e superlotação nos ônibus são as principais reclamações da população
BRUNA MELLO
Reclamações da população referente ao transporte coletivo oferecido em Rio Branco são frequentes e vêm de longas datas. A espera pelo ônibus, a superlotação, falta de troco e péssimas condições dos carros são algumas das principais queixas dos acreanos.
Os problemas atingem todas as idades, jovens, crianças, adultos, e, principalmente, idosos, gestantes, e todas as pessoas que são classificadas como preferenciais.
O aposentado José Gadelha, de 75 anos, mora nas proximidades do bairro Vila Ivonete. Ele conta que chega a esperar cerca de 1h pelo transporte coletivo, geralmente, em horário de “pico”. Além disso, os ônibus passam superlotados, sem condições de parar. “Passam dois, três ônibus e não param aqui nessa parada”, reclamou.
Para ele, a falta de fiscalização contribui para o atraso e demora dos ônibus. Gadelha acrescentou que ainda não viu os ônibus novos, “que ele tanto escuta falar”. “Eles falam que só vem pra cá ônibus novos. Não vem nenhum, é tudo reformado. Nunca vi ônibus novo aqui. O único novo que eu já vi foi no bairro Universitário, mas aqui nunca”, destacou.
Outra grande reclamação do aposentado é que, geralmente, as cadeiras reservadas aos idosos e público preferencial estão ocupadas. Segundo ele, na maioria das vezes são jovens. Apesar da situação, Gadelha não discute e nem chama atenção dessas pes-soas. Para ele isso é uma questão de educação. “Eles não dão a cadeira, é difícil. Algumas pessoas de mais idade é que levantam. Eles [mais jovens] viram a cara para a janela e fingem que não estão vendo”, finalizou.
Os portadores de necessidades especiais passam pela mesma situação. Essas pes-soas também têm direito à gratuidade na passagem e assento prioritário. É o caso de Michela Marcia, de 35 anos. Com seu batom vermelho marcante, ela tenta se esconder do sol da manhã. À espera do ônibus, ela conta que o assento reservado aos preferenciais não é respeitado. “Aquelas cadeiras amarelas são reservadas aos preferenciais. Eu fico em pé, não só eu, mas também idosos, grávidas, todos que têm direito”, contou.
Além disso, Michela fala da superlotação e demora dos ônibus. Para ela, a solução seria fiscalizar, ou, pelo menos, cumprir o horário que é determinado. Na maioria dos carros existe uma tabela com os horários e dias da semana que os ônibus deveriam cumprir. “O ônibus vem lotado devido à demora. Vai aglomerando pessoas na parada, por isso fica muito lotado”, explicou.
Usuários apontam falta de abrigo nas paradas
Não é preciso circular muito pela capital acreana e se deparar com pessoas esperando ônibus no sol, tentando se proteger com um guarda-chuva, ou procurando uma sombra qualquer para esperar. Essa situação é corriqueira, principalmente, dentro dos bairros.
Foi nesse cenário que encontramos a funcionária pública, Erica Magalhães, de 29 anos, moradora do bairro Wanderley Dantas. Debaixo do sol forte da manhã, ela tentava driblar o calor e a forte luz, debaixo da sombra de um poste de energia.
A funcionária pública começou falando da espera pelos ônibus e das condições físicas dos carros. Ela explica que, no bairro onde mora, existe apenas uma linha de transporte coletivo, com dois carros. “Estão todos ‘esculhambados’, com as poltronas rasgadas, isso quando tem poltrona, né? A gente entra no ônibus e só vê o espaço das poltronas que foram arrancadas”, expôs.
Para ela, a ignorância e a falta de educação por parte dos cobradores também é comum. “A gente faz uma pergunta sobre por que demorou tanto. E ele é ignorante com você, acha que têm obrigação de ficar esperando”, exemplificou a funcionária pública.
Erica, que esperava pelo ônibus debaixo de uma sombra, explica que a solução para todos esses problemas é investimento. “Se tiver investimento tem mais ônibus e estrutura para a população. Todos passam pela mesma dificuldade, tem que se locomover. Se não tem condução própria, tem que ser ônibus. É enfrentar no sol, na chuva, no vento, com ou sem parada de ônibus”, brincou.
Falta de troco para passageiros
O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, sancionou no dia 19 de janeiro de 2015, a Lei do Troco. A lei obriga as empresas de transportes coletivos darem o troco aos usuários. Caso isso não aconteça, o cidadão não precisa pagar a passagem.
Não é preciso procurar muito para encontrar pessoas que já desceram do ônibus sem receber o troco. Apesar de ser lei, é comum presenciar situações como essa, dentro dos coletivos.
A estudante de Economia, Laura Gomes, de 22 anos, explica que não utiliza o cartão do estudante e afirma que já se acostumou a não receber o troco. Todos os dias ela precisa utilizar o transporte coletivo duas vezes. “Nunca tem troco. Já cansei de discutir por causa disso, não adianta. Já parei de discutir. A maioria dos cobradores é muito ignorante. Quando você vai cobrar, eles acham que não é seu direito e que eles estão fazendo um favor. Ter que brigar todo dia, nem adianta”, relatou.
Apesar de não discutir, Laura fala que é frequente ver discussões dentro dos ônibus. “Já presenciei gente querer bater no cobrador por causa disso, e o cobrador do mesmo jeito. As pessoas brigam, os cobradores brigam, e a culpa nunca é de ninguém”, desabafou a estudante.
Para ela, a solução da falta de troco é aumentar o valor da passagem e deixar um valor inteiro. “Não vai ter troco mesmo, é melhor que seja o valor inteiro. Melhor do que ficar iludindo as pessoas, que não é R$ 3, porque é R$ 3. Assim não tem nem o que discutir”, sugeriu Laura.
Por fim, a estudante de Economia, fez as reclamações comuns a todos os usuários. A demora e superlotação dos ônibus, e a precariedade na parte física dos carros. “Os ônibus andam e parecem que vão quebrar, partir ao meio mesmo”, completou.
Motoristas e cobradores também sofrem com a rotina diária do transporte coletivo
BRENNA AMÂNCIO
Na semana passada, correu a informação de que os servidores do transporte coletivo de Rio Branco estudavam entrar em greve. O motivo, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Passageiros e Cargas do Estado do Acre (Sinttpac), Marco Costa, seria o fato de as empresas não estarem apresentando um porcentual para a atualização da data base.
“O primeiro percentual foi recusado pelos trabalhadores, pois era baixo. Numa segunda reunião, nós obtivemos êxito. De reajuste salarial, nós conseguimos 8,35%, já no café da manhã foram 20% de reajuste e na PRL 15%. Além disso, alcançamos uma nova cláusula garantindo a cesta básica B às mulheres servidoras do transporte coletivo em licença maternidade. Antes, isso não acontecia. É uma valorização à mulher”.
A discussão da data base se inicia todo o ano entre o mês de abril e maio. A comissão coletiva foi fechada na última segunda-feira, 8, derrubando a ideia da greve.
Contentes com os direitos conquistados, motoristas e cobradores ainda enfrentam alguns problemas, sendo o principal deles o relacionamento com os usuários. Dentre muitas reclamações, uma está relacionada à forma como alguns profissionais dirigem, quase “voando”, para chegar ao Terminal Urbano.
“Eu sempre falo para os nossos motoristas que ele não tem que correr atrás de horário. Ele tem que obedecer a Legislação de Trânsito. Se não dá, você tem que pedir alargamento de horário, ou seja, minutos a mais para que se possa cumprir o balão”, declarou o sindicalista.
Diante de inúmeras queixas expostas pelo jornal A GAZETA, Marco explica que a recomendação dada aos motoristas é parar em todos os pontos de embarque, mesmo que o ônibus já esteja lotado. “Se o cliente quiser ir, beleza. Se ele não quiser, pelo menos você fez a sua parte e parou. Essa é a nossa orientação”.
Corredor exclusivo
O presidente do Sinttpac também compreende o fato de que alguns ônibus demoram muito para chegar às paradas. “O cliente tem razão em reclamar, pois temos que melhorar a cada dia. O que acontece é que, às vezes, acumulam-se ônibus lá no Centro em horário de pico. Para voltar, o motorista não cumpre mais aquele horário que está estipulado. Então, vai sair em comboio, um carro atrás do outro. O alargamento no tempo final fica grande, porque os carros ficaram ali um perto do outro, e quem sofre é a população”, explica.
Para ele, a melhor e mais sensata solução, a fim de reduzir o tempo de espera dos passageiros, seria a criação do corredor exclusivo para ônibus em Rio Branco. “A partir do momento que isso acontecer, o cliente não vai mais esperar meia hora ou mais, porque haverá ônibus a todo o momento cumprindo o horário estipulado”.
Segundo Marco Costa, existe um Plano de Mobilidade Urbana em discussão com a prefeitura da Capital. Ele afirma que o plano foi arquitetado para Rio Branco. “Acredito que isso vá acontecer, mas não sei quando. Espero que seja em breve. Isso facilitaria muito para os nossos trabalhadores, pois de uma demanda de 70% de reclamações, nós cairíamos para 25% na questão de horário. Não tenho dúvidas”, declarou.
Sindcol incentiva o uso do cartão
O Sindcol estima que 50% dos usuários do transporte coletivo em Rio Branco pagam a passagem em dinheiro. Para garantir o troco desses passageiros, todo cobrador, ao ser admitido, recebe o valor de R$ 20 em moedas, o equivalente a 200 moedas.
No entanto, esse valor acaba em aproximadamente três dias de trabalho, afirma o diretor Financeiro do Sindcol, Marcelo Alves. “Infelizmente, não há uma circulação de moedas que supra essa necessidade. Mesmo assim, a gente solicita dos bancos a troca por moeda. Além disso, estamos em conversa com o Ministério Público para fazer uma promoção para tentar atrair moedas para o sistema”, destaca.
O diretor garante que as empresas não ficam com os 10 centavos dos passageiros. Ele explica que, ao fazer o acerto na garagem, o cobrador tira o extrato que aponta na bilhetagem eletrônica quantos usuários pagaram em dinheiro. “Se foram 10 passageiros, ele deve prestar conta de R$ 29. Não tem como eu saber se ele deixou de dar o troco para 10 ou 20 passageiros e exigir isso dele. Ele vai prestar conta de R$ 29. Se faltar, ele tem que pagar. E se sobrar, eu não fico sabendo”, aponta.
Segundo o diretor financeiro, só há uma verdadeira e ideal solução para resolver o impasse da falta de troco: o uso do cartão de transporte.
Ele explica que os benefícios são muitos, a começar pelo desconto ao adquirir o método. Em dinheiro, a passagem vale R$ 2,90, atualmente. Para quem utiliza o cartão, o valor é de R$ 2,75, um desconto de 15 centavos. “Com a vantagem do cartão, a gente está oferecendo uma coisa que é perda de receita para as empresas”, declara.
Para ampliar a aceitação do cartão, Marcelo conta que uma ideia já estudada pelo Sindcol é transformar o cobrador em um promoter de vendas. Dessa forma, esse trabalhador teria a sua função expandida.
Além dos locais de vendas dos cartões, o Sindcol anunciou que haverá mais dois pontos no Terminal Urbano. O órgão agora também funciona na Galeria Maximus, em frente à OCA.
Além do cartão anual, o usuário pode contar com cartões de unidade, para quem utiliza o transporte coletivo poucas vezes.
“A gente conta com a proteção de Deus”, desabafa sindicalista sobre a segurança
Em 2014, um motorista foi vítima de assassinato em pleno exercício da função, em Rio Branco. Já neste ano, uma cobradora foi agredida pela passageira ao alegar não ter o troco. O fato virou caso de polícia e expôs a falha na segurança desses profissionais.
Apesar das duas situações serem tratadas como casos isolados pelo Sindcol, a segurança ainda é um tema que preocupa os motoristas e cobradores do transporte público de Rio Branco.
“Os caras falam ‘mas têm câmeras’. No entanto, isso não vale nada. A gente conta com a proteção de Deus”, desabafa Marco Alves.
Para o diretor Financeiro do Sindcol, Marcelo Alves, não existirá mais roubos e assaltos dentro dos ônibus públicos no dia em que todos os usuários passarem a utilizar o cartão de passe. Dessa forma, não haveria mais dinheiro nos caixas do transporte e a segurança de todos os tripulantes e funcionários seria mantida. “O ônibus não vai mais ser foco do criminoso se não houver dinheiro nele”, garantiu.
Frota
Há poucos anos, a lembrança dos usuários do transporte público de Rio Branco era de ônibus velhos e ultrapassados. Alguns podiam ser confundidos com sucatas.
O presidente do Sinttepac, Marco Alves, recorda esse tempo. Ela conta que era comum os motores esquentarem as pernas dos motoristas, além do fato das poltronas que danificavam a coluna de qualquer pessoa. “Hoje, com o progresso da frota, melhorou muito as condições dos funcionários do transporte público. Sabemos que é preciso certo conforto para se trabalhar dignamente”, reconhece.
Marco não está errado. Há alguns anos, as empresas estão investindo mais nas frotas. Atualmente, por exemplo, a idade média dos ônibus é de 3,9 anos, afirma o diretor Financeiro do Sindcol, Marcelo Alves. “Estamos entre as melhores frotas do país”, garante.
Apesar disso, o diretor não esconde que existem alguns carros velhos circulando na Capital. “Temos dois ônibus de 2004, que só fazem viagens extras. Se eu não me engano, temos quatro carros do ano de 2005. Então, esse percentual de veículos com mais de cinco anos de uso é muito pequeno. A nossa frota é basicamente de 2009 e 2014/2015, o que é muito bom”.
Hoje, a cidade dispõe de 180 ônibus divididos em três empresas: Floresta, Via Verde Transporte e São Judas Tadeu.
O diretor também adianta que ainda este ano serão entregues mais cinco novos ônibus para a população. Além disso, a partir de julho, ele afirma que a empresa Floresta terá nova garagem, o que irá melhorar a manutenção dos veículos.
Vereador Gabriel Forneck destaca ações da Câmara Municipal quanto ao cumprimento da Lei do Troco
MARCELA JANSEN
Embora seja prerrogativa da prefeitura de Rio Branco, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Rbtrans), fiscalizar se as empresas de transporte público estão cumprindo o que determina a Lei do Troco, o autor do projeto, vereador Gabriel Forneck (PT), garante que a Câmara Municipal de Rio Branco também está atenta à questão.
“Quem tem a atribuição de fiscalizar o cumprimento da lei é a Rbtrans, porém, isso não nos impede de também estarmos fiscalizando se realmente as empresas de ônibus estão cumprindo o que o que foi determinado pela lei. Acredito que dessa forma teremos resultados mais eficientes”, falou.
Ele destaca que a Câmara de Vereadores está produzindo um material com a finalidade de informar ao usuário como a Lei do Troco funciona. “O grande problema nessa questão é que a maioria dos passageiros não sabe exatamente como essa lei funciona. A fim de sanarmos essa falha, a partir dessa semana vamos distribuir panfletos, principalmente, no Terminal Urbano”, disse Forneck.
Segundo o vereador, no informativo contém os deveres do usuário bem como o da empresa de transporte público. “Nesse panfleto estão informações quanto o que é dever do usuário e também da empresa de coletivo. É preciso que essa questão fique bem clara para ambos os lados”, frisou o parlamentar ao afirmar também que a falta de conhecimento é que tem gerado atritos entre os cobradores e usuários.
“Não há dúvida que a falta de conhecimento é um dos principais motivos que tem gerado diversos atritos entre os passageiros e cobradores de ônibus. E isso não ocorre apenas em um lado, são os dois. Como alguém pode exercer seus direitos se não os conhece?”, indagou.
De acordo com Gabriel, a lei designa que ao entrar no coletivo, o passageiro deve, antes de passar a catraca, verificar que há o troco. “O passageiro erra quando entra no ônibus e logo passa a catraca. O ideal é que primeiro se confira se o cobrador tem disponível o troco. No caso de não ter, ele deve permanecer na frente, pois, se até o destino final a empresa não disponibilizar o valor, ele poderá exercer seu direito de descer do ônibus sem pagar a viagem”.
Ele frisa ainda que, em muitos casos, o passageiro se esquece de pegar o troco e culpa a empresa pelo fato. “O usuário deve estar atento a certas situações. Ele não deve descer do ônibus sem requerer seu troco. Já houve casos em que a pessoa esqueceu e depois afirmou que a empresa agiu de má-fé e não é bem assim. Quando orientamos que o passageiro primeiro confirme se tem o troco é para evitarmos diversas situações, inclusive esta”.
O parlamentar salientou também que em reunião com representantes do Sindicato das Empresas dos Transportes Coletivos do Acre (Sindcol) ficou acordado a realização de um curso de capacitação para os cobradores dos transportes coletivos da Capital.
“O objetivo desse curso é orientar o cobrador como agir quando estiver diante de um caso em que não tenha o troco ao usuário. Ele deve dizer ao passageiro que não ultrapasse a catraca até ter o valor em mãos, pois, sabemos que eles não estão trabalhando dessa forma. O que queremos com estas ações é evitar agressões verbais e físicas entre usuários e cobradores”, finalizou.
Rbtrans afirma que órgão fiscaliza as empresas de ônibus
MARCELA JANSEN
Sancionada no dia 19 de janeiro deste ano, a Lei do Troco, que disciplina a concessão de troco no Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Rio Branco, aproxima-se de seu quinto mês de vigência rodeada de insatisfação por parte dos usuários.
Embora a lei determine que as empresas de transporte público abasteçam seus funcionários com as cédulas e/ou moedas em quantidade suficiente para garantir o troco a quem usufrui do serviço, de acordo com os próprios usuários, as empresa não estão cumprindo o que determina a lei.
Muitos passageiros reclamam que, devido à indisponibilidade de troco, eles acabam sendo obrigados a abrir mão dos 10 centavos, que lhes são de direito.
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Rbtrans) é o órgão responsável por fiscalizar o cumprimento da Lei do Troco pelas empresas de ônibus. De acordo com o diretor de Transporte do referido órgão, Jô Luís Fonseca, o usuário que se sentir prejudicado, tem a prerrogativa de entrar em contato com a Rbtrans e oficializar uma denúncia contra a empresa que não disponibilizou o troco quando devido.
“A lei determina que a empresa conceda o troco ao usuário do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Rio Branco. No caso disso não acontecer, o passageiro pode entrar em contato conosco e fazer uma denúncia. Na sequência estaremos abrindo uma sindicância para averiguar os fatos”, disse.
Jô Luís ressalta que é importante que o passageiro procure a Rbtrans, haja vista que, por mês, os coletivos realizam cerca de 100 mil viagens entre o Terminal Urbano e os bairros da capital acreana. Segundo ele, o número de fiscais não é o suficiente para atender a demanda.
“São 14 fiscais para supervisionar cerca de 100 mil viagens, portanto, em certos momentos, a fiscalização acaba sendo falha, pois não conseguimos identificar se a empresa realmente está cumprindo o que a lei determina, que é a disponibilização do troco ao passageiro”, falou o diretor de transporte da Rbtrans.
Ele afirma que já houve casos em que o fiscal presenciou o passageiro descer do coletivo sem conseguir receber o troco. “A grande dificuldade das empresas está em dar os 10 centavos de troco. Nos flagrantes, conseguimos contornar a situação, mas, infelizmente, nem sempre estamos presentes e muitos passageiros acabam abdicando do valor”, ressaltou.
Para quem deseja evitar esses problemas, Jô Luís aconselha que adquira o cartão eletrônico. “O ideal é que o passageiro adquira o cartão eletrônico, pois, assim, ele estará isento de qualquer transtorno. Qualquer pessoa pode adquirir o cartão eletrônico e ele é disponibilizado sem custo algum”, disse.
No caso do passageiro não ter o cartão, o diretor de transporte do Rbtrans orienta que o passageiro não ultrapasse a roleta, pois, dessa forma, ele poderá exercer seu direito que é o de não pagar a passagem caso chegue ao seu destino e o cobrador não disponibilize do troco.
“A lei determina que no caso de a empresa de transporte público não ter moedas divisionárias para a retribuição do troco integral até o fim do seu trajeto, o passageiro fica desobrigado do pagamento da tarifa. Portanto, nessas situações, a nossa orientação é que o passageiro fique na parte da frente, no ônibus, e, assim, ao chegar ao seu trajeto final, se não receber o troco, ele fica desimpedido de pagar”, finalizou.
Se descumprir a lei, a empresa será penalizada com base no valor vigente da Unidade Fiscal do Município de Rio Branco (UFMRB).