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Cansados da greve da Suframa, caminhoneiros interditam rotatória na AC-40, em protesto

Protesto ocorreu na manhã desta quinta-feira, 11. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)
Protesto ocorreu na manhã desta quinta-feira, 11. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

A paralisação da Suframa busca a valorização dos servidores. Contudo a greve tem gerado lentidão no atendimento ao público. A rotatória da Corrente, localizada na AC-40 em frente à sede da instituição, foi bloqueada na manhã desta quinta-feira, 11, em protesto por parte dos mais de 300 caminhoneiros que estão com a carga atrasada, porque não conseguem ter suas mercadorias fiscalizadas.

O vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa, Renato Santos, declarou que durante o dia será atendido até a senha 190. Ele afirmou que o órgão possui 18 funcionários. No entanto, Santos explica que não seria 30% destes a atender a demanda – como é disposto constitucionalmente – mas sim que apenas 30% dos atendimentos previstos seriam realizados diariamente.

Os caminhoneiros se manifestaram contra a proposta dos grevistas, mas seus apelos não foram considerados. “É certo manifestar, mas não prejudicar o atendimento desta forma”, afirma Sérgio Rogério, que trabalha como caminhoneiro há 30 anos e está com a senha 276, aguardando atendimento desde terça-feira, 9.

Sua rota iniciou em Cordeirópolis/SP e está com uma carga de pisos e formas de isopor a serem entregues em Rio Branco. “A empresa não aceita receber o pedido sem ser ‘suframado’, porque o imposto é menor. Por isso é mais vantajoso para o cliente”, explica.

Com destino a Manoel Urbano e ao Jordão, a viagem de Edivan Ferreira começou em Belém. “Já estou um mês com a carga, sem voltar pra casa e sem receber! Esse tempo todo e tenho conta pra pagar! O caminhão é meu. Só ganho quando entrego. Vou viver de quê?”, lamenta.

O José Carlos Barbosa trabalha para uma empresa que oferece condições melhores. Está recebendo diárias, apesar de estar há nove dias com a senha 191. “Fui até o Distrito Industrial, onde está localizado o meu cliente. Eles não quiseram aceitar por causa do custo. Expliquei na empresa e eles pediram para aguardar, porque é o mais conveniente. Então, não tenho escolha. Estou dormindo no caminhão e vendo o que se resolve”.

A Polícia Rodoviária Federal também participou das negociações. O patrulheiro Cézar Henrique Rodrigues esclarece que, desde o início da manhã, o fluxo de veículos no local está sendo organizado para evitar maiores tumultos no perímetro próximo da Suframa.  Ficou acordado com os caminhoneiros a liberação do fluxo a partir das 10h da manhã. No entanto, os manifestantes fecharam a via novamente a partir das 14h.

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