Os boxes de seis permissionários foram consumidos no incêndio que ocorreu no último domingo, 7, no Calçadão da Quintino Bocaiúva. O trabalho de perícia e limpeza foi iniciado nesta segunda-feira, 8. O laudo deve ser concluído em até 20 dias.
A camelô Eulândia Rocha está perplexa com a tragédia. Seu empreendimento, Lucas Confecções, garantia renda para si e sua filha há mais de 15 anos. Entre lágrimas, lamenta as dificuldades para continuar levando sustento para sua neta: “Nada se salvou. Nós vivemos disso aqui. Agora é entregar a Deus”.
Seu vizinho comercial, King Variedades, é o local onde José Ribamar e a esposa trabalham juntos vendendo malas, bolsas, ventiladores e carrinhos de bebê. Com uma renda média mensal de R$ 2 mil, estavam consolados com o apoio prometido pela prefeitura e Sindicato dos Camelôs.
Segundo Marcus Alexandre, após a conclusão do trabalho do Corpo de Bombeiros, será iniciada a recuperação do espaço. Também está sendo considerado que os permissionários sejam acomodados em um local alternativo para trabalhar.
Já as lideranças do Sindicato garantiram apoio financeiro. “Vamos tentar ajudar arrecadando dinheiro junto aos 1000 permissionários que existem no Centro da Capital, para que nossos colegas tenham como recomeçar”, diz o presidente do sindicato José Carlos dos Santos.
“Não calculamos nosso prejuízo, porque todo nosso estoque estava na loja”, conta Maria de Nazaré. Sua irmã, que é também sócia de trabalho, ficou sabendo por meio de um grupo de notícias em uma mídia social. E no domingo, ainda assistiram o trabalho dos bombeiros.
O bombeiro major Argemiro Santos destacou o sucesso do grupo no isolamento do incêndio, o que evitou que o fogo se propagasse aos demais boxes. E complementa esclarecendo que estão entre as hipóteses causas acidentais, criminosas e até as instalações elétricas do local. “A perícia não descartou nenhuma hipótese e o resultado deve sair em até 20 dias”.
Entre os seis permissionários que tiveram os boxes queimados, dois já estão selecionados para se mudar para o Shopping Popular. Havia ainda no local um serralheiro, que presta serviço à prefeitura, que estava calculando as medidas para iniciar em breve a construção de nova estrutura.