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Gestor do Conselho de Farmácia destaca os riscos da automedicação

 O Conselho Regional de Farmácia do Acre (CRF-AC) comemora a primeira edição da Semana de Conscientização e Combate à Automedicação. Projeto do deputado Eber Machado sancionado pelo governador Tião Viana em janeiro deste ano.

A cultura arraigada sobre indicar e tomar remédios por conta própria ainda não possui registros locais. No entanto, de acordo com o Sistema Nacional de Toxicologia, um terço das intoxicações é provocado por medicamentos e 16% deste percentual vai a óbito.

O diretor presidente do CRF, Tiaraju Mattos, afirma que o debate sobre automedicação é complexo, porque envolve muitos atores e diferentes setores da sociedade. Vai desde as pessoas que consultam buscadores online para encontrar diagnóstico até o sistema de saúde de atenção primária, que não possui o efetivo de farmacêuticos suficientes.

Ainda sobre a saúde pública, Tiajaru salienta a ausência de sensibilidade para a correta administração de medicamentos, que também é realizada por servidores de outras áreas de formação. “Se o atendimento demora, geralmente ocorre a eleva a automedicação, o que respinga na área de emergência, que tem seus índices aumentados por isso”, pontua.

Por fim, destacou a força da indústria farmacêutica, que contrata atores e atletas famosos para suas campanhas publicitárias, reforçando a marca e eficiência completando o ciclo de automedicação.

A diferença entre o remédio e o veneno é a dose

Já ouvimos pessoas que calculam: Se um comprimido causa um efeito, logo dois comprimidos vão resolver mais rápido. Cálculo que, na maioria das vezes, não está correto e não pondera sobre as possíveis reações adversas no corpo.

Outros usos inadequados e comuns estão relacionados ao condicionamento dos remédios. Um exemplo são mulheres que carregam comprimidos na bolsa, sujeitando essa química às variações de temperatura. Mesmo o remédio estando dentro do prazo de validade, muitas vezes, muda-se a coloração ou sofre reações que não possibilitará que haja o desempenho esperado.

Assim como as farmácias caseiras, guardam-se as sobras e cartelas de comprimidos da família no banheiro (que já não deveriam ser usados novamente em situações diferentes). Este é um local inadequado, por ser quente e úmido.

“Os medicamentos passam por estudos de estabilidade, as farmácias são fiscalizadas pela vigilância sanitária para que os produtos sejam fornecidos de forma adequada, em ambiente com ar condicionado. Cuidados que não são observados dentro de casa”, reforça o diretor presidente do CRF.

 

 

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