Com a greve deflagrada desde o dia 19 de junho, os professores da rede pública do Acre continuam com as atividades e protestos. Cerca de 50% do Estado já aderiu à greve. Na manhã dessa terça-feira, 23, a categoria se reuniu em frente à Assembleia Legislativa. Ainda tímidos os servidores foram chegando e logo a euforia e o desejo de mudanças foi tomando conta de todos.
“Somos a maioria! Somos nós que melhoramos a qualidade de ensino”, dizia a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento.
Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Feijó, Bujari, Quinari, Xapuri, Plácido de Castro e Porto Acre são alguns dos municípios que aderiram à greve. Segundo a presidente do Sinteac, na segunda-feira a equipe se reuniu com a intenção de negociar. “Eles estavam melindrados porque nós estávamos acampados na Secretaria de Educação. Então não apresentaram proposta nenhuma”, contou.
Ainda de acordo com Nascimento, a greve vai continuar por tempo indeterminado. “Vamos continuar com a mobilização, quando eles tiverem uma proposta eles vão nos ligar”, finalizou.
No carro de som, uma faixa trazia uma mensagem da categoria: “Governador, A Educação não aguenta mais ser responsabilizada por tudo! Pela crise econômica, pela violência nas escolas e pelos problemas sociais”.
Em meio às reinvindicações, a professora Peregrina, de 54 anos, vestida com a blusa do movimento, conta que todos os servidores têm consciência da falta de valorização por parte do governo. “Tanto é que o Secretário de Educação está em greve na Ufac, e ele proíbe a greve dos professores. Porque ele tem o direito de greve como servidor federal e nós como estaduais não temos?”, indagou a professora.
Trabalhando como professora desde 1992, Peregrina destaca entre outros problemas que o piso salarial da categoria é motivo de vergonha. “Nosso Estado paga abaixo do salário mínimo para funcionários de escolas. Tem funcionário que já está terminando mestrado e ganha R$ 680. É uma vergonha!”, afirmou.
Por fim, Peregrina disse que se não houver negociação à greve se estenderá até setembro. “A responsabilidade do sucesso ou do fracasso do ano letivo é do Governo do Estado. Ele não quer negociar em setembro? Nós vamos até setembro, não tem problema. Professor tem paciência”, disse em tom de revolta.