O governador Tião Viana informou À GAZETA na manhã de ontem, 6, que o Comitê Estadual de Combate ao Tráfico Humano fez o resgate da primeira possível vítima acreana de tal problema. Trata-se de uma garota de 20 anos, que foi encontrada na Itália. Não foi divulgado nem em qual região do país europeu e nem sob quais circunstâncias a acreana estaria sendo submetida.
O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Nílson Mourão, explicou que o governo não poder dar informações específicas sobre o resgate, principalmente porque não tem autorização da família para se pronunciar. Uma forma até de, por enquanto, preservar a imagem da vítima e de não espalhar inverdades sobre o caso.
O que ele pôde dizer é que a garota vítima já foi salva, está em um local seguro e que em breve ela retornará para os seus familiares (lembrando que tais informações são de ontem, portanto, hoje mesmo a vítima, cujo nome não pode ser revelado, já pode até estar mais perto de casa).
Maiores detalhes sobre este primeiro resgate articulado pelo comitê devem ser repassadas para a imprensa, de acordo com Nílson Mourão, na próxima segunda-feira, 8. Mas tudo vai depender do que a família autorizar à Sejudh de comunicar sobre o ocorrido.
Primeiro caso mostra eficácia do comitê
O resgate da primeira vítima em potencial de tráfico humano do Acre comprova a efetividade que o recém-criado comitê assumiu para si, centralizando as políticas públicas de combate aos crimes transfronteiriços. Desde o começo desta semana o governador tem fortalecido a estratégia da criação de um comitê reunindo as secretarias de turismo (Setul), segurança (Sesp), educação (SEE), saúde (Sesacre), Sejudh, Diocese de Rio Branco, PRF, PF, TJ/AC e MP/AC.
O comitê começou a ser formado como uma resposta a partir da Campanha da Fraternidade de 2014 e do Fórum Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico Humano, realizado no final de maio também do ano passado, e que reuniu mais de 5 mil assinaturas.
A partir deste comitê, a meta é aumentar a resolutividade de casos envolvendo acreanos que foram levados a outras terras (no Brasil e no exterior), com promessas falsas ou não, e que lá estão sendo submetidos a qualquer tipo de exploração (sexual, trabalhista, servil, entre outras).