Deputados estaduais que compõem as Comissões de Segurança Pública, Constituição e Comissão Justiça e Serviço Público, reuniram-se na manhã de terça-feira, 30, com representantes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Acre. A reunião teve como objetivo debater as principais reivindicações da categoria, entre elas, a reposição salarial, limite de carga horária e ampliação do quadro organizacional.
De acordo com o presidente da Associação dos Militares do Acre (AME/AC), sargento Joelson Dias, atualmente, a estrutura de trabalho dos militares não é satisfatória, sendo necessários ajustes em caráter de urgência.
“A situação hoje é precária. As fardas estão deterioradas e, infelizmente, nunca foi cumprido pelo governo do Estado o pagamento dos fardamentos desde 2006. Hoje, o policial precisa tirar dinheiro do bolso para comprar a farda e arrumar suas viaturas”.
Uma das principais reclamações do presidente da AME é falta de conversa entre a categoria e representantes do governo. “Já havíamos feito reunião com representantes da Secretaria de Articulação Institucional, no dia 19 de maio. Porém, deixamos de ser recebidos pelos assessores do governo, e passamos a conversar com os comandantes gerais [PM e BM], que querem reiniciar o processo de negociações. O que queremos é seriedade nas negociações, que o governo apresente sua proposta ou contraproposta”, frisou.
Quanto à possibilidade das duas categorias aderirem a uma greve, o Presidente do Conselho Deliberativo do Sindicato dos Policiais Militares, Abraão Pupio, afirmou que não existe nada concreto quanto ao assunto.
“Estamos desenvolvendo uma assembleia que vai decidir ou não pela paralisação. A nossa manifestação ocorreu porque já faz um tempo que tentamos negociar e, até o momento, o governo não deu nenhuma resposta”, disse Pupio.
O líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre, deputado Daniel Zen (PT), destacou que estará intermediando uma conversa com o governo do Estado para que as negociações possam ser efetivadas.
“Nós iremos buscar as negociações junto ao Executivo. Vou solicitar que o debate seja dividido em duas partes, as de caráter estrutural e as salariais. Tenho certeza que, dentro da sensibilidade e legalidade, o governo atenderá aos militares”, falou Daniel Zen.
O deputado Jenilson Lopes (PCdoB), membro da Comissão de Constituição e Justiça, também presente na reunião, destacou que o parlamento estadual participará do debate e fará o possível para que as exigências dos manifestantes sejam atendidas.
“Estamos aqui para ouvi-los. Eles se queixam e querem sentar com o governo do Estado e a Aleac pode fazer essa mediação. Estamos solidários à causa, pois entendemos que ela é justa”, disse.
As principais reivindicações dizem respeito ao aumento salarial, reposição da inflação 2014/2015, carga horária definida em lei, com no máximo 36 horas semanais, ampliação do quadro organizacional – o militar só é promovido se houver vaga aberta – e a regulamentação das promoções de oficiais.