O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva criticou duramente, no último final de semana, o governo de Dilma Rousseff (PT). As declarações foram feitas durante uma reunião do líder político com um grupo de dirigentes de entidades religiosas em seu instituto, em São Paulo.
Lula afirmou que a presidente seria a principal responsável pelo momento delicado no qual passa tanto o país quanto o Partido dos Trabalhadores. Segundo o petista, uma pesquisa realizada pelo próprio PT mostrou que a sigla chega a 75% de rejeição em uma das suas principais bases eleitoral.
“Dilma está no volume morto. O PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto. Todos estão numa situação muito ruim. E olha que o PT ainda é o melhor partido. Estamos perdendo para nós mesmos”, disse o petista.
Lula afirmou ainda que a chefe de Estado possui dificuldade em ouvir conselhos. Outro ponto questionado pelo ex-presidente diz respeito à quantidade de más notícias dadas por ela à população, principalmente, no início de seu segundo mandato.
“O governo parece ser constituído de mudos. O gabinete presidencial é uma tragédia porque só tem notícias ruins. O governo precisa mudar de pauta e anunciar mais esperança”, falou.
Um dos pontos mais criticados pelo ex-presidente foi o fato, de acordo com ele, da presidente ter se afastado dos movimentos sociais. Ele disse também que sua substituta comprometeu-se em não modificar direitos trabalhistas, porém, ajustes foram realizados. Ele comparou as ações de Dilma, as mesmas realizadas por tucanos.
Por fim, o petista frisou que devido ao “mau humor da população”, muitos integrantes da legenda têm sofrido ofensas por causa de questões partidárias.
O líder da legenda na Câmara Federal, deputado Sibá Machado (PT/AC), ressalta que a análise de Lula sobre a atual presidência e a sigla tem o condão de estimular melhorias, portanto, deve ser encarado como motivação para que lideranças da legenda defendam a gestão de Dilma.
Sibá salienta que o recado não serve apenas para a presidente da República, bem como a todos os petistas. “Há no PT uma vontade de que as instâncias partidárias sejam mais propositivas. O ajuste fiscal é importante, mas, além disso, o que acontece? Não vejo a fala do Lula como uma crítica, mas como uma boa sugestão. Não devemos entender isso como direcionado apenas ao Planalto ou à presidente”, finalizou.