O coordenador regional da Saúde estadual em Cruzeiro do Sul, Itamar de Sá, retrucou o prefeito Vagner Sales quanto a sua justificativa em relação à propagação da dengue no município. Ele afirmou que o gestor não tomou as providências necessárias para evitar a epidemia na cidade.
“O fato é que o prefeito Vagner Sales não tomou as devidas providências em relação ao combate da doença. Tanto que foi preciso que o Estado utilizasse um hospital para transformar em centro de referência para os casos de dengue”, afirmou Sá.
Itamar destacou que Sales sempre constrói muros e cava trincheiras, mas não constrói pontes para resolver os problemas da população. Ele contestou as acusações da falta de apoio do governo estadual ao município de Cruzeiro do Sul.
“O prefeito tentou desinformar com uma série de confusões. Pela forma como ele colocou dá até para acreditar que ele foi induzido a um grande erro, mas suas informações não são verdadeiras. Apoio ele teve e sempre terá do Estado”, disse Itamar ao afirmar que em novembro de 2013, Cruzeiro do Sul recebeu a quantia de R$ 229 mil para se estruturar e fazer o enfrentamento da dengue.
“A cidade recebeu recursos tanto do Governo Federal quanto estadual, mas que, mesmo assim, o Executivo municipal não agiu com a rapidez que a situação exigia. Um prefeito que passa 138 dias fora do exercício do cargo, em 2014, quatro meses e 18 dias, em 2015, já tem 70 dias de ausência do município, como poderia o prefeito trazer verdades a esta tribuna?”, questionou Itamar.
Quanto às afirmações de que a ajuda ocorreu em período eleitoral, Itamar desmentiu Vagner Sales. Ele lembrou que o governo já investiu mais de R$ 1,8 milhões no combate à dengue.
“Afirmações levianas foram feitas aqui nesse parlamento. Não estamos presentes apenas em momentos eleitorais. Ele sim esteve ausente no momento mais crítico da epidemia, por isso que o governador destacou que prefeito agiu de forma omissiva criminosa. Ele mentiu? Em nenhum momento. Reafirmo aqui na tribuna deste parlamento que essa situação chegou a este ponto devido uma ação omissiva por parte de Vagner Sales”, pontuou Sá.
Itamar frisou que Sales demorou a determinar postos específicos para tratar sobre a doença. “Além de demorar nessa ação, os pontos só funcionavam em dia útil. Quem procurava o atendimento nos feriados e finais de semana se deparava com a porta fechada. Foi o Hospital Dermatológico, funcionando 24 horas por dias, que supriu toda a demanda e atenuar o sofrimento daquelas pessoas. Nós investimos nesse atendimento mais de R$ 1,8 milhões. Em que momento fomos ausentes?”.
O representante do Estado acredita que o assunto teria resultado mais produtivo se fosse debatido apenas entre a Comissão de Saúde do parlamento estadual, Secretaria Municipal de Saúde de Cruzeiro do Sul e a Secretaria Estadual de Saúde.
“Acredito que um tema tão importante como este deva ser debatido da forma mais correta possível. Um debate coerente, sério, sereno, onde verdades sejam ditas. Quero fazer uma proposta para a Comissão de Saúde desta Casa, que entrem no debate no sentido de intermediar, em outro momento, uma conversa entre a equipe técnica da prefeitura e a equipe técnica da Sesacre. Muita coisa que foi colocada aqui pelo prefeito não reflete a realidade”, finalizou.