O discurso do prefeito Vagner Sales (PMDB) para justificar a epidemia de dengue ao qual passou Cruzeiro do Sul nos últimos meses gerou uma série de questionamentos por parte dos parlamentares estaduais.
O líder do governo na Assembleia Legislativa (Aleac), deputado Daniel Zen (PT), questionou o motivo que levou Sales a ausentar-se do município pelo período de 138 dias, em 2014.
“O prefeito Vagner Sales se ausentou de Cruzeiro do Sul, em 2014, por 138 dias. Justamente no período de maior agravo na incidência de casos de dengue. Senhor prefeito, Vossa Excelência poderia nos explicar qual o motivo de ausência? Por coincidência na época de período eleitoral. Por que vossa excelência solicitou audiência com o governador e não compareceu, nem mandou representante, não ligou para dizer que não vinha?”, questionou Zen.
O deputado lembrou que o Estado foi campeão de notificações no caso de dengue. “Lamento o fato de Cruzeiro do Sul ter chegado à índices tão alarmantes. Pergunto-me como um único município consegue fazer com que o Acre seja campeão em notificações de dengue no Brasil”, salientou o deputado.
Ele frisa que se o prefeito tivesse elaborado um plano de atuação eficaz, os números não teriam sido tão altos. “Se o prefeito tivesse atentado para o fato de realizar uma limpeza na cidade, acabando com o foco da doença, hoje essa conversa poderia ser diferente. Não estamos aqui para desrespeitar o prefeito ou envergonhá-lo, mas os fatos devem ser colocados na mesa”.
O deputado Gehlen Diniz (PP) frisou que o debate foi conduzido de forma errônea. “Lamento que este tema tão relevante tenha sido discutido dessa forma. Transformar um assunto desse em ato politiqueiro não é correto”, falou.
O deputado federal major Rocha (PSDB) também presente à sessão lamentou a forma como foi conduzido o encontro. Para ele, a situação e a oposição perderam a oportunidade de debater de forma séria a saúde pública do Estado.
“Tanto a oposição quanto o governo perderam a oportunidade de discutir saúde pública e assim procurar as soluções para esta área, que não é pouca, diga-se de passagem”, disse.