Bastou mudar o tempo para que o pequeno Wilkens de Souza, de 12 anos, fosse levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Franco Silva, em Rio Branco, com problemas respiratórios.
Ele sofre com bronquite asmática, desde os dois anos de idade, e a mudança brusca de temperatura do último fim de semana foi suficiente para que apresentasse os sintomas de falta de ar, febre e tosse, sendo necessário ficar em observação médica.
No Acre, o verão amazônico geralmente começa em maio e prolonga-se até outubro. Essa é a época do ano com maior registro de doenças respiratórias, como gripes, bronquiolites, laringite, asma e pneumonias. Isso porque o tempo seco, característico do período, as variações de temperatura, a baixa umidade do ar, o calor intenso e as queimadas facilitam o aparecimento dessas doenças, que acometem principalmente idosos, crianças e gestantes.
O pintor de obras Antonio Carlos de Souza, 40, pai de Wilkens, disse que durante o verão o filho tem crises de asma diariamente e precisa de cuidados médicos para melhorar. “Ele estava bem, mas quando veio o frio começaram as crises. Nesta época do ano, a gente passa muito tempo no hospital”, comentou.
Como se prevenir das doenças respiratórias
O médico Fernando Luiz Castelo Branco, que atua na UPA Franco Silva, dá algumas dicas que ajudam na prevenção das infecções respiratórias. “Umedecer o ambiente com uma toalha molhada ou um balde com água, caso não haja umidificador em casa, e deixar as portas e janelas abertas, para que o ar circule, ajudam bastante. Beber muito líquido e ter uma alimentação saudável são importantes para fortalecer o sistema imunológico”, orientou Branco.
Outro cuidado é com a utilização de ar- condicionado. “Além de ressecar o muco protetor das vias respiratórias, o ar-condicionado, que se não for bem higienizado favorece a proliferação de ácaros e bactérias, que podem provocar lesões inflamatórias, como as pneumonias ou alergias, por exemplo”, informou o médico.
Doenças respiratórias no Acre
Dados do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) do Ministério da Saúde (MS) demonstram que no Acre, entre os anos de 2013 e 2014, mais de 10 mil pessoas foram hospitalizadas na rede estadual de saúde, com problemas respiratórios. Dessas, mais de 5,3 mil foram por pneumonias, seguidas de outras doenças pulmonares crônicas (668), asma (664) e influenza de vírus não identificados (531). (Mônica Araújo / Assessoria Sesacre)