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Desaprovação do governo Dilma vai a 70,9%

Brazil's President Dilma Rousseff attends a ceremony to sign the bill that creates the "Benefit of Overcoming Extreme Poverty in Early Childhood" in Brasilia October 3, 2012. The measure will guarantee minimum income of approximately $35 per capita for families with children up to six years. The benefit is the primary measure of Program Brasil Carinhoso. REUTERS/Ueslei Marcelino (BRAZIL - Tags: POLITICS BUSINESS SOCIETY HEADSHOT)

A 128ª pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira (21), mostra que a presidente Dilma Rousseff atingiu o pior nível de avaliação de governo e também pessoal desde setembro de 1999, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alcançou 8% de aprovação pessoal. Apenas 7,7% dos entrevistados avaliam o governo como ótimo ou bom, contra 70,9% que percebem o governo como ruim ou péssimo.

No campo pessoal, a avaliação de desempenho de Dilma é aprovada por 15,3% da população, contra 79,9% que a rejeitam. A pesquisa, realizada entre 12 e 16 julho, ouviu 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 estados, nas cinco regiões do País. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.

Expectativa
A pesquisa também perguntou aos entrevistados qual a expectativa para os próximos seis meses em cinco áreas específicas. Para 15% dos brasileiros, o emprego vai melhorar, contra 55,5% que acreditam que o desemprego vai aumentar; 13,8% disseram que a renda mensal deverá subir, contra 33,7% que estão pessimistas e veem uma piora na renda; apenas 13,6% da população confiam na melhora da saúde, contra 47,5% que não; na educação, 15,1% afirmaram que os índices vão melhorar, contra 41% que disseram que deve piorar; por fim, 12,9% acreditam que a segurança vai melhorar, enquanto 46,2% disseram que deve piorar.

Eleições
A CNT também realizou uma simulação do cenário presidencial para 2018. Foram três cenários, nos quais o ex-presidente Lula foi confrontado com os tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. Em todos eles, a pesquisa incluiu também o nome da ex-candidata Marina Silva. No primeiro turno, Lula é derrotado apenas na simulação contra Aécio. O senador aparece com 35,1% das intenções de voto, contra 22,8% do ex-presidente.

Contra Alckmin, Lula tem 24,9% dos votos e o governador de São Paulo aparece com 21,5%. Na simulação contra Serra, o petista tem 25% e o senador 21,2%. Nos cenários contra Alckmin e Serra, Marina aparece com 23,1% e 23,3%, respectivamente, à frente dos tucanos. Num eventual segundo turno, o ex-presidente perde para os três tucanos. Contra Aécio, a pesquisa apontou 49,6% para o tucano e 28,5% para Lula. Alckmin tem 39,9% contra 32,3% do ex-presidente; e Serra contabilizou 40,3% contra 31,8% de Lula.

A pesquisa da CNT não fez simulações com Marina Silva no segundo turno. Ainda dentro do cenário eleitoral, 44,8% dos entrevistados afirmaram que, caso o senador Aécio Neves tivesse vencido as eleições presidenciais de 2014, o governo estaria melhor do que agora. Já para 36,5% estaria igual e 10,9% consideraram que o governo seria pior.

Corrupção
A CNT também ouviu os entrevistados no que diz respeito à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga o esquema de desvios de recursos da Petrobras. 78,3% responderam que têm acompanhado ou ouviram falar das investigações. Dentro desse grupo, 69,2% consideram a presidente Dilma culpada pela corrupção e 65% apontaram o ex-presidente Lula como responsável.

Dos que estão acompanhando as investigações, 67,1% não acreditam que os envolvidos no escândalo serão punidos, contra 30% que confiam na punição para os culpados. 86,6% julgam que as denúncias são prejudiciais para a economia do País e 52,5% afirmaram que o governo federal não será capaz de combater a corrupção na Petrobras. Nove entre dez entrevistados não acham que está ocorrendo exagero nas prisões e também disseram que a corrupção é o principal ou um dos principais problemas do Brasil.

Crise
Para o presidente da CNT, Clésio Soares de Andrade, a crise econômica é a principal responsável pela perda da credibilidade da presidente Dilma junto aos entrevistados. Um número que ilustra bem essa insatisfação são os brasileiros que disseram ser favoráveis ao impeachment da presidente. 62,8% são favoráveis à ideia, contra 32,1% que rejeitam a possibilidade.

Entre os que apoiam a saída da presidente, 26,8% citaram as irregularidades nas prestações de contas do governo (pedaladas fiscais) como justificativa para afastamento; 25% citaram a corrupção na Petrobras e 14,2% apontaram as contas da campanha para a presidência em 2014. Para 44,6% dos que querem o impeachment, os três motivos são justificativas para o afastamento de Dilma do cargo.

Com relação à crise econômica, metade dos entrevistados afirmou que temem ficar desempregados pelo desaquecimento da economia. 69,9% afirmaram que conhecem alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses e 51% não aceitariam ter os salários reduzidos para permanecer no emprego. Três em cada cinco pessoas consideram a crise econômica mais grave do que a política. 84,6% dos brasileiros ouvidos acham que a presidente Dilma não está sabendo lidar com a crise fiscal e 61,7% afirmaram que só será possível resolver a crise da economia em longo prazo, em três ou mais anos.

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