Cerca de 15 horas após a descoberta da morte do ex-prefeito de Porto Acre, João Asfury, 75 anos, as polícias Civil e Militar, em investigação conjunta, conseguiram prender Francisco Raylison Santana da Silva, 22 anos. Ele é apontado pela polícia como autor do bárbaro crime que chocou os acreanos neste final de semana.
De acordo com informações do delegado Carlos Bayma, o crime teria acontecido por volta da meia-noite deste domingo, 5, em frente à casa da vítima.
Durante todo o dia, a polícia investigou a autoria do assassinato. Francisco Raylison prestou depoimento duas vezes à Polícia Civil.
No primeiro depoimento em que foi ouvido como suspeito, Raylison teria negado a autoria. Até aquele momento, a polícia não possuía indícios suficientes contra ele e o liberou.
Enquanto ouvia outras pessoas, a polícia manteve o foco em Francisco Raylison e, quando conseguiu mais indícios da participação dele no crime, o delegado Carlos Bayma mandou buscá-lo em casa para ouvi-lo novamente.
Diante dos novos fatos e informações que a polícia conseguiu coletar, Raylison caiu em diversas contradições no segundo depoimento e, sem saída, decidiu confessar a autoria contando detalhes sobre como e o motivo que o levou a cometer o crime.
De acordo com o depoimento do acusado, ele teria consumido bebida alcoólica e drogas. Raylison ficou aguardando a saída da vítima de um ramal e depois o seguiu.
Quando João Asfury já estava em frente à residência dele, no Centro de Porto Acre, o acusado o atacou com um golpe denominado “mata leão” o deixando inconsciente.
Ao perceber que a vítima estava desmaiada, o acusado entrou na casa e revirou tudo em busca de dinheiro ou objetos de valor.
Ao sair do local, temendo ser denunciado por João Asfury, Raylison se dirigiu até a vítima desmaiada, retirou da cintura de João um facão (terçado) e passou a golpeá-lo na cabeça com a intenção de matá-lo e assim não ser denunciado.
Raylison contou que se descontrolou e quando percebeu já teria decapitado a vítima. Ele pegou a cabeça de Asfury e a jogou próximo de um igarapé, abandonando o corpo no local do crime. Em seguida, ele foi para casa.
Ex-prefeito chegou a ajudar a família de Raylison
Um homem considerado de bom coração, o ex-prefeito de Porto Acre, João Asfury, que tinha formação religiosa voltada à Igreja Católica, sempre praticou caridades. Uma das pessoas que ele ajudou foi a família de Francisco Raylison, quando este ainda era adolescente. Ao chegar à fase adulta, o jovem enveredou pelo mundo das drogas e findou sendo algoz daquele que um dia o ajudou a alimentar.
Apesar de reconhecer a ajuda que o ex-prefeito João Asfury deu à família e a ele próprio, Francisco Raylison não chegou a demonstrar arrependimento, mas tentou justificar o crime bárbaro ao fato de estar sob efeito de drogas.
Após ser ouvido na delegacia de Porto Acre, o acusado foi encaminhado à Delegacia de Flagrantes (Defla) onde foi autuado por crime de homicídio qualificado e nesta segunda-feira, 6, será transferido para o presídio estadual.