Durante a sessão solene realizada pela Câmara dos Deputados, na sexta-feira, 17, para homenagear o líder seringueiro Wilson Pinheiro, assassinado em 21 de julho de 1980, o deputado federal Raimundo Angelim (PT/AC) destacou sua capacidade de unir seus contemporâneos na luta pela manutenção da floresta e destaca o desenvolvimento sustentável como uma realidade fruto desse legado, para ele trata-se de mais um mártir da luta dos trabalhadores do Brasil.
“Estamos aqui para reverenciar a memória de um herói da luta dos trabalhadores no Brasil, um pioneiro tanto na vida quanto na morte. Passados 35 anos do martírio de Wilson Pinheiro, muita coisa mudou no Acre. Muitos tombaram antes que pudéssemos construir um projeto vitorioso de democracia, onde prevalece a vontade do povo e onde a convivência sustentável com a floresta é um valor inarredável de nossas vidas. Muito do que temos hoje no nosso Estado em termos de desenvolvimento socioeconômico, de demarcação de reservas, de consciência ambiental é legado da luta e do martírio de Wilson Pinheiro”, lembrou o deputado, coordenador da bancada federal do Acre.
Angelim destacou que a prosperidade que chegou ao Acre, em sua história recente, chegou também à Brasileia de Wilson Pinheiro. “Instalou-se uma fábrica de beneficiamento de castanhas e outra de embutidos, surgiu o complexo industrial de aves que estimulou a produção de milho e ração e possibilitou a instalação de um frigorífico, tudo isso sob um cuidadoso olhar para com o meio ambiente e regido pelos princípios da sustentabilidade”, mencionou.
Assim como Chico Mendes, Wilson Pinheiro tombou pela mão assassina do latifúndio. Angelim lembro ainda que, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasileia e presidente da Comissão Municipal do Partido dos Trabalhadores naquele município, Wilson Pinheiro ficou mesmo conhecido como líder do mutirão contra a jagunçada, quando centenas de trabalhadores enfrentaram e desarmaram os bandoleiros que ameaçavam os posseiros da região, razão pela qual foi marcado pelos latifundiários da região, mandantes do seu assassinato.
“Foi nessa conjuntura que surgiu a voz de um líder capaz de unir seu povo na luta para não deixar que o Acre se tornasse terra devastada de matas e homens. Era Wilson Pinheiro o líder do povo da floresta em levante por justiça. Um homem alto, determinado, de fala mansa e rara, de olhar poderoso, que não deixou uma palavra escrita ou gravada, mas deixou-nos sua história de lutas. Seu silêncio reverbera hoje e sempre na lembrança de seus companheiros de luta e no exemplo que deixou para as novas gerações. Que Wilson Pinheiro viva sempre na memória do povo do Acre”, concluiu. (Assessoria Parlamentar)