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George Hilton chega ao Acre e diz que o ministério trabalha para melhorar condições do Esporte local

Ministro visita o Acre para o lançamento das obras do Centro de Iniciação ao Esporte. (Foto: Divulgação)
Ministro visita o Acre para o lançamento das obras do Centro de Iniciação ao Esporte. (Foto: Divulgação)

O ministro do Esporte, George Hilton, já chegou ao Acre e tem uma longa agenda em Rio Branco neste sábado. Uma das principais será o lançamento das obras do Centro de Iniciação ao Esporte (Centro Olímpico), às 9h da manhã, ao lado do Ginásio Coberto, um belo projeto que promete mudar a qualidade de vida da população da Baixada da Sobral. Outra será o lançamento da 3ª edição do Copão Comunitário, que acontecerá às 14h30, no Estádio Arena da Floresta. Competição de 132 times que reúne 3.400 atletas das 10 regionais da cidade (e garante a integração entre os bairros na cidade).

Em entrevista exclusiva para A GAZETA, o ministro falou sobre as apostas que o ministério faz para melhorar a estrutura do esporte no Acre. Falou um pouco sobre as agendas em Rio Branco e citou o que falta para o Estado ganhar mais respeito e tradição no cenário esportivo nacional. Também falou sobre o legado das olimpíadas e sobre a MP do Futebol. Confira a entrevista:

A GAZETA – Sr. Ministro, o esporte leva a diversas coisas boas na vida (disciplina, competitividade, saúde e inclusão social, etc). O Acre é um estado humilde, que sempre teve no esporte uma forma de lazer e de diversão, mas quase não valoriza a profissionalização esportiva. Como o Ministério planeja mudar isso? Como fazer com que os acreanos apostem mais em ter uma carreira na área?
Ministro George Hilton – Como faz no Brasil inteiro, o Ministério do Esporte trabalha para que o Acre conquiste uma boa infraestrutura para a prática do esporte como lazer e para a formação de atletas. Temos parcerias com prefeituras, com o governo estadual e com a Universidade Federal aqui do Estado. Esse trabalho, mais a realização dos grandes eventos esportivos que o Brasil sedia desde o Pan Americano de 2007 até as olimpíadas do ano que vem, passando pelos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que vão acontecer no mês de outubro em Palmas, no Tocantins, serve de incentivo para que as pessoas entendam a importância da atividade física e da prática de esportes.

A GAZETA – Bolsa Atleta, bolsa pódio, centros de iniciação esportiva, com todos estes programas e benefícios, qual seria o valor de investimentos que o ministério faz no Acre? O senhor pode especificar as cifras destinadas por cada uma destas e outras iniciativas mencionadas.
Ministro George Hilton – A minha visita ao Acre consolida a parceira do ministério com o Governo do Estado e as prefeituras, mais especificamente a da Capital. Vamos fazer o lançamento das obras do Centro de Iniciação ao Esporte de Rio Branco, um investimento de mais de R$ 5,3 milhões, dos quais RS 4,5 milhões são do orçamento do Ministério do Esporte. Outro centro de iniciação será construído em Cruzeiro do Sul, onde vamos investir R$ 3,7 milhões. Além disso, desde 2003, foram autorizados R$ 14,8  em repasses para o estado, de um pacote de 28 contratos que totalizam R$ 29,7 milhões. Uma parceria com a Universidade Federal do Acre garante investimento de R$ 10,4 milhões para a construção da pista de atletismo no campus. Já foram liberados R$ 6 milhões para a compra do revestimento.

A GAZETA – Qual destes programas o senhor acredita que tem maior potencial para a realidade acreana?
Ministro George Hilton –Todos os programas são importantes e têm potencial para impulsionar o desenvolvimento do esporte. Mas é fundamental que a população seja mobilizada para a prática esportiva.

A GAZETA – diferente da Copa do Mundo de 2014, qual o senhor acredita que será o maior legado para a Amazônia das Olimpíadas Rio 2016?
Ministro George Hilton – Aproveitamos toda a mobilização do país para organizar e participar com sucesso dos maiores eventos esportivos do planeta para efetivar a criação do Sistema Na-cional de Esporte. Criamos um grupo de especialistas para preparar um projeto de lei de diretrizes e base do esporte – como já temos na Educação, por exemplo. Queremos, até setembro enviar esse projeto ao Congresso Nacional. Lá estarão definidas as obrigações de cada nível de poder – federal, estaduais e municipais – das federações, confederações e clubes. Assim, termos uma política de Estado para o esporte e não mais somente ações esporádicas em vésperas de competições. Além disso, em todo o Brasil, temos toas essas obras de reforma e construção de infraestrutura esportiva.  E há uma conseqüência que não pode ser medida em valores, em metros quadrados. É o legado imaterial. Depois das Olimpíadas de 2016, quando o Brasil, com certeza, vai conseguir seu melhor desempenho na história dos jogos, os brasileiros, especialmente os mais jovens, estarão mobilizados para a prática do esporte. Esse legado imaterial, a transformação do Brasil num país de esportistas, é o melhor que podemos esperar.

A GAZETA – São pouquíssimos os atletas que saem do Acre e fazem sucesso a nível de Brasil. O que o senhor acredita que falta para o Estado e qual seria o melhor caminho para termos grandes esportistas disputando eventos nacionais e internacionais?
Ministro George Hilton – Nós temos um acreano, o Edson Cavalcante Pinheiro, do atletismo paraolímpico, que recebe a Bolsa Pódio, apoio do governo aos atletas de ponta, com chances de conquistar medalhas nos Jogos do Rio 2016. Além disso, outros nove atletas aqui do Estado recebem bolsas do Ministério do Esporte. Eles servem de exemplo para quem queira se destacar nas competições esportivas. O caminho para o sucesso passa por boas instalações e equipamentos para treino e muita disciplina e espírito de luta.

A GAZETA – Para concluir, vamos falar da maior paixão nacional: futebol. Nosso nível aqui do Acre é modesto em relação a grandes centros do país. Nossos jogadores ainda têm que aliar outras profissões para ter um bom salário no fim do mês. A MP do futebol é uma medida que promete fazer mudanças neste esporte em todo o País. Mas vem tendo dificuldades em tramitar no congresso. Há quem diga até que ela vai expirar antes de ser votada. O senhor acredita que a MP pode ajudar em melhorias para o futebol local? E como o senhor enxerga estes atrasos na apreciação da matéria na Câmara e no Senado?
Ministro George Hilton – A votação da MP do Futebol na Câmara dos Deputados está marcada para a próxima terça-feira, dia 7. O relatório já foi aprovado na comissão especial. O texto que está em debate é resultados de inúmeras reuniões com participação de representantes de clubes, dos atletas, das federações e da CBF. A aprovação da MP é fundamental para que o futebol brasileiro recupere sua qualidade dentro do campo e sua competência gerencial. Não tenho dúvida de que o Congresso Nacional vai aprovar.

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