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Senado aprova lei que reduz burocracia para entrada de imigrantes no Brasil

Rio Branco, Acre, 22.05.2015 - Centenas de imigrantes haitianos estão no abrigo em Rio Branco no Acre, em uma chácara nas proximidades da cidade, onde a capacidade para 200 pessoas, mas atualmente cerca de 500 imigrantes estão no local. Diariamente chegam aproximadamente 90 pessoas no local superlotando mais ainda. O Ministério da Justiça fez no início dessa semana, (18), uma solicitação ao governo do Acre para que as viagens fossem suspensas com destino para a capital paulista. A suspensão das viagens dos haitianos para São Paulo foi um pedido da Prefeitura, que, em nota, disse que tem o dever de acolher os imigrantes, mas que não estava preparada para receber tanta gente de surpresa. Os haitianos vêm para capital paulista em busca de oportunidades, mas muitas vezes acabam sem emprego e sem dinheiro.

Os senadores que compõem a Comissão de Relações Exteriores do Senado da República aprovaram na última quinta-feira, 2, uma nova Lei de Migração do País. A proposta, de autoria do atual presidente da comissão, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP), visa a adequar a legislação a outra realidade política do País ao mesmo tempo em que propõe, entre outras mudanças, a redução da burocracia para a concessão de vistos e autorização de residência.

A matéria aprovada reduz obstáculo quanto à concessão de vistos para investidores, pesquisadores acadêmicos, estudantes e mão de obra especializada no país. Além disso, o projeto inclui nas leis migratórias a referência aos “residentes fronteiriços”, aqueles que trabalham no Brasil, mas moram em países vizinhos.

O texto aprovado estabelece ainda a redução da burocracia para a acolhida de estrangeiros vindos de países em situação de instabilidade institucional, guerra, calamidades ou graves violações de direitos humanos. E, ao mesmo tempo, veta a concessão de asilo para aqueles estrangeiros que tenham cometido os crimes de genocídio, de guerra ou contra a humanidade.

Os imigrantes com vistos temporários ou autorização de residência serão obrigados a ter uma identidade civil com dados biográficos e biométricos. A matéria também prevê uma série de direitos e garantias para os imigrantes, como o amplo acesso à justiça e medidas destinadas a promover a integração social.

Pelo projeto, fica garantido aos brasileiros que residem fora do país, a possibilidade de trazer bens sem que sejam cobradas tarifas de importação e taxas aduaneiras, caso decidam voltar a morar no Brasil.

O texto passará por nova votação na comissão antes de ser enviado para a Câmara dos Deputados.

A Gazeta do Acre: