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A educação do Acre: um olhar além das estatísticas

A Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) realizou um grande esforço para levar Educação Básica a cada aluno da rede estadual de ensino. Durante 16 anos, o compromisso sempre esteve baseado em três pilares: acesso, permanência e sucesso na aprendizagem.

O investimento feito em Educação pelo Governo do Acre sempre foi no sentido de que a qualidade da escola pública assegurasse a cada estudante da rede os conhecimentos básicos para a inserção no mundo do trabalho, para o exercício pleno de sua cidadania e para a promoção da capacidade de continuar  aprendendo ao longo da vida.

Os avanços da Educação no Acre não podem, nem devem ser esquecidos no contexto atual. Em 1999, apenas 27% de professores eram formados. Hoje, o quadro revela que 94% possui licenciatura, o que sem dúvida melhorou a qualidade do ensino.

Assim como o restante do Brasil, no Acre não há número suficiente de professores especialistas e, nesse sentido, considerando as metas do Plano Estadual de Educação, o governo está trabalhando, junto às instituições de ensino superior, para oferecer uma segunda licenciatura em Matemática, Física, Química e Biologia a professores que atuam nessas áreas, porém licenciados em áreas distintas.

No que diz respeito ao Ensino Médio, entre 2001 e 2013, o Acre ampliou a matrícula em 6,6%, enquanto a média nacional foi de 5,3% e a Região Norte de 5,5%. Essa expansão foi mais significativa na zona rural, onde praticamente não existia oferta de escola. É a educação de qualidade que chega a todos os alunos do Estado, sejam eles de zona urbana ou rural.

Outro dado de grande relevância é a redução da distorção idade série no Ensino Médio. Em 2006, a taxa de distorção era de 47,9%, enquanto que em 2014 a taxa reduziu para 32,8%. Isso significa que o desempenho escolar do aluno do Acre está melhor. São as habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico que cada vez mais se consolidam.

Contextualizando resultados
Na quarta-feira, 5 de agosto, foram divulgados os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por Escola, que classificaram a unidade de ensino acreana Doutor Augusto Monteiro com baixo desempenho. Apesar do destaque no ranking, os números não podem ser interpretados isoladamente.

A escola Doutor Augusto Monteiro está localizada na zona rural de Rio Branco, numa área de difícil acesso. Durante o inverno amazônico, a região sofre com chuvas intensas, que coincidem com o período da avaliação e impediram, nesse caso específico, que parte dos alunos matriculados no 3º ano do Ensino Médio em 2014 fizessem as provas, incluindo a redação. É importante destacar que essa foi a primeira vez que os estudantes prestaram Enem e que a oferta do Ensino Médio na localidade só teve início a partir de 2010.

Outro aspecto a ser destacado é que, além dos investimentos em formação inicial, outras ações têm importante contribuição na qualidade do ensino, tais como formação continuada, assessoria técnico-pedagógica da SEE às unidades escolares, adequação do currículo às necessidades de aprendizagem dos alunos, especialmente dos que vivem em locais de difícil acesso.

A Secretaria ressalta que vem investindo, com sucesso, na última década, na educação básica de qualidade a todos e a cada um dos alunos. Hoje, o Acre ocupa lugar de destaque nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, com a 3ª melhor nota do país nos anos finais. Assim sendo, a condição para a melhoria do Ensino Médio passa necessariamente pelos investimentos que vêm sendo feitos ao longo dos anos na educação básica e a consolidação dos resultados no Ensino Médio deverá ser percebida, como as ações em educação, a médio e longo prazo.

Desafios
Muitos são os esforços para melhorar a qualidade da educação pública, gratuita e de qualidade no Estado do Acre. Maiores ainda são os desafios para superarmos barreiras culturais e historicamente construídas, tais como: garantir a universalização do ensino a jovens de 15 a 17 anos; construir um novo currículo que dialogue com os adolescentes do século XXI; construir e repensar espaços de diálogo que permitam o desenvolvimento de cidadãos críticos, responsáveis, sustentáveis, proativos, preocupados com a sustentabilidade e o desenvolvimento do espaço em que vivem; implementar; assegurar a formação integral; implementar políticas de formação integral, garantindo as aprendizagens em tempo integral; melhorar as práticas escolas; e investir na valorização e desempenho profissional. São desafios que constam no atual Plano Estadual de Educação.

* Rúbia de Abreu Cavalcante é diretora de ensino.

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