Corpo e estética: existe um padrão de beleza nos dias de hoje?
BRUNA MELLO
Já dizia o ditado popular: “a beleza está nos olhos de quem vê”. Mas, as coisas não são bem assim. Há sempre uma procura pelas pessoas mais interessantes, “bonitas por dentro e por fora”. No fundo, cada indivíduo carrega dentro de si um padrão de beleza, ditado pela sociedade ou criado a partir de um recorte de ‘ícones da beleza’.
No geral, as pessoas procuram as comidas mais gostosas, os caminhos mais agradáveis, os móveis mais confortáveis, o carro do ano e, muitas vezes, não se dão conta de que estão fazendo escolhas com base na estética. Segundos alguns filósofos, estética é a eterna busca pelo belo, este depende do gosto individual e coletivo. O gosto popular varia de acordo com a época. Afinal, qual o padrão de beleza do século XXI?
A verdade é que, independente do século, as pessoas estão sempre em busca de “formas perfeitas”. Essa é uma busca constante das mulheres, curvas sinuosas, magreza, ‘pele de bebê’, e uma infinidade de características. Com essa grande procura, o mercado da estética vêm crescendo e ganhando mais espaço entre homens e mulheres. Ficar magra “sem esforço”, tratar aquela celulite ou estria que incomoda, cuidar da pele. Quem não gosta?
No Acre, as clínicas de estética foram chegando aos poucos e hoje têm espaço garantido no mercado da beleza. A fisioterapeuta e esteticista, Ana Carolina Almeida, de 35 anos, natural do Paraná, veio para Rio Branco, no Acre, em 2006, para fazer sociedade com outra esteticista. Aos poucos, Carolina foi ganhando espaço na Capital. Hoje ela possui sua própria clínica de estética.
Trabalhando há 11 anos nesse ramo, a esteticista explica que ela realizada todos os tipos de tratamento estético. Drenagem, tratamento de estrias, olheiras, rugas, flacidez, gordura localizada, limpeza de peles e outros. “O grande ‘boom’ foi quando eu desenvolvi meu protocolo de tratamento, que é a sangria, tratamento de estrias. O grande diferencial hoje no meu tratamento é esse protocolo que eu desenvolvi”, contou.
Carolina é vista como umas das melhores esteticistas do Estado, conhecida nacionalmente. “Tudo que eu faço é muito bem feito, eu sou muito dedicada. Outro diferencial meu é que todo protocolo sou eu quem faço, não é terceirizado”, acrescentou a fisioterapeuta.
No centro de estética de Carolina, não há distinção de público. Segundo ela, homens e mulheres estão sempre à procura de fazer algum procedimento. Cerca de 100 pessoas são atendidas semanalmente, além disso, a fisioterapeuta realiza atendimentos em alguns municípios do Estado. “Na estética, nós não podemos garantir 100%, cada corpo reage de uma maneira. Tem meninas que tem um resultado fantástico e outras bem mínimo. A alimentação e atividade física influenciam muito, beber muita água, até o vestuário, tudo influencia no resultado”, afirmou.
À procura de novidades e de renovar seus conhecimentos, Carolina realiza, a cada dois meses, cursos fora do Acre. Os tratamentos corporais variam de R$ 100 até R$ 1.500. Para ela, o mercado de estética é promissor. “Tem campo para muita gente no mercado. Acho que as pessoas não devem desvalorizar o trabalho, jogando preços inferiores. Isso faz com que elas trabalhem mais e não consigam se manter na área, porque tudo é caro. No meu caso, foi degrau por degrau, aos poucos”, disse.
A divulgação do trabalho de Carolina é toda via redes sociais Facebook e Instagram. Cerca de 60% dos novos pacientes conhecem seu trabalho pela internet. “Estou chegando a 10 mil seguidores no Instagram”, comentou. Para ela “mostrar resultado dá resultado”, brincou a fisioterapeuta durante o bate-papo.
Para a Carolina, a incansável procura por uma boa aparência está diretamente ligada a autoestima. “Hoje, os diversos tratamentos e alternativas fizeram com que as pessoas procurassem mais ‘o belo’, se sentir bem. Melhorando assim o cotidiano e a vida social dessas pessoas”, finalizou.
Custo x Benefício de tratamentos estéticos
Não existe milagre para ter um corpo em forma. Porém, tratamento estético é a solução para quem precisa de resultados rápidos. Os preços variam de acordo com o tratamento, e podem chegar a valores que não cabem em qualquer bolso. Manter uma vida ativa e saudável pode sair menos ‘pesado para o bolso’.
A editora de imagens Márcia Parfan, de 24 anos, realiza periodicamente limpeza de pele, para ajudar no tratamento de acne. “A última que eu fiz tem uns três meses. Não é porque eu não queira, mas, às vezes, não sobra dinheiro pra fazer sempre”, contou.
Para ela, os valores cobrados pelos esteticistas são “normais”. Apenas quando sobra dinheiro no orçamento do final do mês é que Parfan realiza o procedimento de limpeza. Em relação ao mercado de beleza, a editora acredita que esse é um ramo em constante crescimento. “A gente vê blogueiro que só faz isso, ensina as pessoas a terem uma vida fitness e está bombando, ganhando dinheiro por aí”, opinou.
Parfan destaca a preocupação da sociedade com a aparência física. “Todos querem estar bem consigo mesmo, com seu corpo, querem estar bem para outras pessoas, chamar a atenção mesmo. Estar bonito, tanto pra si quanto para os outros”, finalizou.
Há três anos, o assistente administrativo, Pablo Charife, de 28 anos, realiza alguns procedimentos estéticos, como limpeza de pele e massagem relaxante. Para ele, foi uma surpresa quando esteve pela primeira vez a uma clínica de estética. Charife achava que os valores seriam altos. “Percebo que o valor se ajusta diante da economia do País. Não considero que seja algo abusivo. E o interessante é que as clínicas têm tentado manter os clientes fidelizados com promoções e privilégios para que eles comprem pacotes fechados”, justificou.
Em uma escala de 0 a 10, Charife considera que a preocupação com a aparência tem importância equivalente ao número 10. “Eu sempre tive uma preocupação com minha imagem. Acho a apresentação pessoal primordial tanto na vida social como no seu ambiente profissional, mas creio que cada um tem que buscar se sentir bem. Cuidar da minha pele e procurar estar sempre bem alinhado me ajuda a me sentir bem”, concluiu.
Procura por academias aumenta em Rio Branco
BRENNA AMÂNCIO
Rio Branco tem registrado um aumento no número de academias. Aquele novo prédio em construção próximo da sua casa, por exemplo, que você ainda não sabe o que será pode se tratar de uma nova academia.
Se o negócio é lucrativo, só os donos podem dizer, mas que essa área tem atraído muitos empresários, isso é fato.
Para abrir uma academia, o valor mínimo a ser investido é R$ 500 mil, afirma o empresário Emerson Ferraz Borges, dono da Forma Física. “E esse valor seria para um espaço pequeno. O aumento de academias a nível nacional é em média de 30% ao ano”, apontou.
Emerson é formado em Educação Física, pós-graduado em trauma ortopedia, fisiologia desportiva e treinamento desportivo. Suas especialidades são voltadas para a área que ele tanto gosta: atividade física.
Nascido no Rio de Janeiro, o empresário decidiu morar no Acre em 1992. No entanto, apenas mais tarde, em 1996, ele e outros parceiros fundaram uma das academias mais antigas de Rio Branco, a Forma Física Academia.
Atualmente, o local funciona na Rua Quintino Bocaiúva, bairro Bosque. A academia é procurada por pessoas de todas das idades que vão desde adolescentes até idosos. Em média, 300 alunos estão matriculados lá.
Segundo Emerson, houve um aumento significativo na demanda desde 2010. “As pessoas estão tomando consciência. É muito melhor prevenir do que remediar. No entanto, o público de academia é muito sazonal. As pessoas chegam querendo se preparar para o verão, para as férias, Expoacre. Já em outros momentos, a procura diminui”.
Para o empresário, é muito difícil manter a fidelidade do aluno. “Algumas academias, para obterem isso, fazem contratos de 1 ano. Eu não faço isso. Eu fidelizo ele com o meu trabalho”, declara.
Com uma concorrência cada vez maior, Emerson afirma estar contente com novos negócios surgindo. Para ele, há outras formas de se manter no mercado com sucesso. “É preciso responsabilidade e compromisso com o aluno. O meu preço é o mais competitivo, porque eu acho que todo mundo tem o direito de frequentar uma academia”.
Manter uma academia é uma tarefa bem trabalhosa, pois a manutenção custa caro. Ainda assim, Emerson diz estar contente com o seu investimento. “As pessoas procuram lugares como esse, porque aqui elas têm estímulo. Tem gente que até tenta comprar esteira e se exercitar em casa, mas o objeto acaba virando cabide de roupa”.
Emerson orienta as pessoas que pensam em iniciar alguma atividade física. “O certo não é fazer academia apenas por questões estéticas, mas sim procurando uma longevidade com qualidade. Uma pessoa bem condicionada dificilmente vai ter um infarto, um AVC. Se por acaso ele sofrer um acidente, se for submetido a uma cirurgia, o tempo de recuperação é muito mais rápido, porque o condicionamento físico é melhor. Além disso, ainda reduz os riscos na hora da cirurgia”.
Seguindo o conselho, a estudante Gyovanna Wisner, de apenas 16 anos de idade, decidiu ser uma das alunas de musculação. Ela já havia feito academia antes, mas estava parada. Foi quando, há dois meses, retornou às atividades. “Eu precisava me sentir bem com o meu corpo. Eu tenho que me amar e não somente buscar a perfeição”.
Para a cozinheira Maria da Silva Almeida, 35, a busca pela atividade física partiu de uma situação emocional. Ela é mãe de três meninas, porém, o pai morreu ainda jovem. Mais tarde, ela resolveu casar de novo. Quando o relacionamento não deu certo, ela precisou passar pela separação. Maria conta que sentiu um peso nas costas de ter que ser pai e mãe novamente.
“Antes de eu entrar na academia eu já corria. Gostava muito de fazer caminhada. Mas, o que realmente me trouxe até aqui foi a separação. Eu estava passando um momento muito difícil na minha vida. Para me recuperar, eu resolvi começar. Aqui é um lugar que eu me sinto bem. Chego e foco em malhar. Adoro malhar, adoro me olhar no espelho e ver que eu estou bonita. Minha autoestima está lá em cima. Hoje posso dizer que superei a separação, graças a Deus”.
Academias foram interditadas durante fiscalização
A Vigilância Sanitária realizou uma operação de fiscalização nesta semana nas academias de Rio Branco. O objetivo era procurar possíveis irregularidades.
Durante a inspeção, a academia Fênix, localizada no bairro Aeroporto Velho, foi interditada devido à falta de registro junto ao Conselho Regional de Educação Física do Acre. No momento, constatou-se também a ausência de um profissional de Educação Física e de um responsável técnico no local.
A academia Fênix já foi autuada três vezes, sendo duas em 2014 e uma em 2015, quando o proprietário Joelson Dias se comprometeu a regularizar o estabelecimento, contratando profissional. Porém, de acordo com o Conselho, as irregularidades continuaram.
Além desse caso, em Cruzeiro do Sul, o proprietário da academia “Vigor”, Davi Enes Braga, foi preso em flagrante exercendo ilegalmente a função educador físico.
O proprietário já havia sido notificado duas vezes em 2014 e, há menos de 20 dias, havia recebido um novo documento, quando se comprometeu a regularizar o estabelecimento contratando profissionais graduados em Educação Física e registrados junto ao Conselho.
Além disso, a academia “Vigor” apresentava situações irregulares para permanência das atividades.
Homem que usou anabolizantes por 10 anos conta como superou o vício de buscar o corpo perfeito
BRENNA AMÂNCIO
Aos 18 anos de idade, Diego Dourado, assim como muitos outros jovens, tinha problemas para aceitar o seu peso. Ele possuía exatamente 60 quilos. Para mudar isso e ganhar massa muscular, o rapaz decidiu procurar uma academia.
O primeiro contato com o local foi um divisor de águas na vida dele. Aquela nova experiência iria marcá-lo para sempre. E não foram os aparelhos que chamaram a sua atenção, mas sim a facilidade que outros alunos mais antigos tinham em levantar peso. Todos pareciam grandes e fortes, ao seu olhar. E de uma coisa ele sabia: Diego queria o mesmo para ele.
“A formação do meu corpo ainda estava em desenvolvimento. Entrei na academia com o objetivo de mudar. Porém, ao chegar lá, conheci pessoas que me ofereceram alguns métodos como anabolizantes e suplementos. No início fiquei meio receoso de tomar. Pedi orientação do profissional, que me dizia para não fazer isso. Ele disse que eu deveria ficar na academia, pois, apesar de o resultado ser lento, a minha saúde não seria prejudicada”, relatou Diego, atualmente com 32 anos.
Muito jovem, ele não aceitou o conselho e começou a usar anabolizantes para ganhar músculos mais rápido. Começou pelo ADE, um óleo composto vitamínico lipossolúvel das vitaminas A, D e E, injetável e de uso exclusivamente veterinário. O produto é usado para prevenir infecções em animais como cavalos e bois, por exemplo.
Diego conta que chegou a usar outros três tipos de anabolizantes: Potenay, Durateston e o Deca Durabolin. Este último foi utilizado pelo jovem por mais tempo.
A mudança no corpo de Diego apareceu rápido. O jovem conta que ganhou 20 quilos do ‘dia para a noite’.
“Com 30 dias, a diferença era notória. Ganhei muito peso rápido, porque o produto retém líquido. Aliando isso à academia, o corpo aumenta ainda mais depressa”, afirmou.
Diego Dourado confessa que usou anabolizantes por 10 anos. Nesse período, ele chegou a pesar até 95 quilos. Seu corpo era coberto por músculos. “Tem um equipamento que nós, homens, costumamos usar que é o supino reto, para definir o peitoral. Eu cheguei a levantar 180 kg. Em Rio Branco, isso é raro hoje. Mas eu só conseguia fazer devido ao uso de anabolizantes. Hoje, sem tomar nada, eu estou levantando 80 kg, que é o normal para quem treina há muito tempo como eu”, destacou.
Além dos músculos, Diego também começou a notar outras mudanças em seu corpo. Com o uso de bomba, ele percebeu o surgimento de acne pelo corpo, problemas no fígado e nos rins, dor nas costas e uma forte irritação.
“No início, eu não sentia prejudicar a minha saúde. Porém, depois, eu notei que isso alterava o meu humor. Eu ficava muito agressivo com meus pais, meu irmão, com todos. Isso me prejudicava nos estudos. Chegou um momento em que eu não queria saber de vida social. Foquei totalmente na musculação. Chegava a passar até 3 horas dentro da academia. Não falava com ninguém nesse tempo. Eu ficava concentrado nos exercícios. Minha vida era só musculação. Não queria saber de nada, só dormir, comer, tomar anabolizantes e ir para a academia. Eu já estava entrando em uma paranóia”, declarou.
Além disso, o uso de anabolizante desencadeou em Diego uma doença chamada psoríase. Essa doença de pele comum é caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas, mas não é contagiosa. “Em decorrência de eu ter me estressado tanto, mexido com o meu emocional, acabei adquirindo essa doença. Com isso, eu tive apenas uma inflamação no fígado. Meus rins também ficaram prejudicados. No auge do uso dos produtos ilícitos, eu sentia dores nas costas. Mas, graças a Deus, foi só isso”.
Diante das dores e de todo o mal que o uso de anabolizantes lhe causava, Diego disse que persistia naquilo porque gostava do que via no espelho. “Eu chamava atenção e gostava daquilo. Onde eu passava atraía olhares de homens ou de mulheres, devido ao meu corpo. Hoje eu vejo que tudo aquilo era ilusão. O certo é focar, primeiramente, na saúde e o resultado é consequência”.
Aos 27 anos, Diego entrou para a faculdade para cursar Educação Física. Com as aulas e o conhecimento, ele percebeu que corria riscos em relação à saúde. Por isso, resolveu procurar ajuda médica.
O jovem precisou fazer uma bateria de exames, que identificaram, na época, várias inflamações internas causada pelos anabolizantes.
Consciente da situação, ele foi diminuindo o uso aos poucos e parou totalmente aos 28 anos de idade.
Diego concluiu o curso superior. E hoje, aos 32 anos, ele é educador físico em uma conceituada academia de Rio Branco. Seu peso atual é 80 kg e ele garante não usar nada além de uma alimentação correta. “Alguns alunos me perguntam sobre suplementação, anabolizantes e eu conto a minha história. Não indico nem suplementos. Quem tem que dizer isso é um nutricionista. Indico uma boa alimentação, descanso adequado e atividade física”.
O educador físico recorda que, durante os 10 anos que passou usando produtos ilícitos para ganhar músculos, viu amigos morrerem. “Inclusive um fazendo esteira na academia. Um cara que era bombeiro militar, capacitado e tudo. Mas, por tomar as mesmas substâncias que eu tomava na época, ele morreu na esteira”.
Diego diz que o passado foi superado e que está feliz com o corpo que tem hoje. Ele afirma que usa a sua história para alertar os que buscam a perfeição por meio de métodos duvidosos. “O Diego de hoje está mais amadurecido e pode ajudar outras pessoas a saírem desse caminho negro. Esse é um caminho obscuro que pode levar até a morte”.
Vigilância Sanitária acompanha de perto o funcionamento de clínicas estéticas em Rio Branco
BRUNA LOPES
A fiscalização realizada pela Vigilância Sanitária de Rio Branco nos estabelecimentos que oferecem serviços estéticos começa durante o pedido de alvará para funcionamento do local. Segundo a auditora fiscal sanitária, Edilane Silva Kato, para emitir o alvará, o local deve atender a critérios específicos, obedecendo regras impostas pela Anvisa que visam a segurança do cliente.
Dependendo do serviço oferecido, é importante verificar se há possibilidade do cliente ser contaminado ou se ele pode contaminar os instrumentos utilizados nos procedimentos. “A contaminação cruzada é uma possibilidade que deve ser evitada por todos os profissionais que trabalham nessa área. E o risco dela acontecer cai para zero quando existe uma esterilização e desinfecção dos instrumentos”, afirmou a auditora.
Além disso, o corpo de profissionais e os serviços oferecidos pelo estabelecimento são avaliados. “A clínica pode oferecer um procedimento mais invasivo e que deve precisar de um profissional médico. Os certificados são inspecionados também, para saber se a pessoa está realmente apta a prestar aquele serviço”, confirmou Edilane Kato.
Licença de funcionamento junto à Vigilância Sanitária do município, estrutura, equipamentos adequados, biossegurança (da esterilização até a utilização de equipamentos de segurança), vacinação de funcionários, são requisitos mínimos para o funcionamento de um pequeno estabelecimento que oferece serviços estéticos, seja um salão ou uma clínica especializada no Brasil.
Os proprietários de salões precisam ficar atentos a pelo menos 10 leis da Vigilância Sanitária que regulamentam o setor. “É importante que o proprietário se informe sobre quais são essas leis e se adequar o mais rápido possível. As leis estão no site da Anvisa e da Vigilância Sanitária do município”, explicou a auditora.
As multas podem variar de R$ 500 a R$ 500 mil, dependendo da reincidência e da intensidade do risco. “O estabelecimento também pode ser fechado, em caso de não cumprimento das regras”, confirmou.
“A reutilização de qualquer produto pode ser enquadrada em crime hediondo, onde não há possibilidade de fiança”, alerta a diretora.
Vale ressaltar que qualquer cliente pode denunciar o salão na Vigilância Sanitária, através do telefone 0800-647-1516. “É preciso ficar atento, porque as denúncias são imediatamente verificadas. Qualquer pessoa que se sentir prejudicada ou que detectar alguma falha grave pode entrar em contato que iremos apurar a situação”, garantiu.
Confira algumas das instruções da ANVISA que devem ser seguidas:
* Toalhas e lençóis devem ser devidamente lavados e trocados a cada cliente;
* Lixas para unhas e pés, espátulas de madeira e lâminas não podem ser reutilizadas nem reprocessadas;
* Todo instrumento utilizado nos procedimentos devem ser esterilizados após o uso;
* Ceras para depilação devem ser fracionadas em porções suficientes para cada cliente;
* Cadeiras, armários, macas, colchões, travesseiros e almofadas devem ser revestidos de material impermeável, resistente, de fácil limpeza e desinfecção, mantidos em bom estado de conservação e higiene;
* Trabalhadores de salões de beleza devem receber equipamentos de proteção (óculos, máscaras, luvas e jalecos) de acordo com as funções exercidas;
* Profissionais que realizam procedimentos com materiais perfurocortantes devem ser vacinados contra Hepatite B e tétano;
* Materiais perfurocortantes devem ser descartados após o uso;
* Todos os produtos devem estar dentro do prazo de validade;
* Equipamentos e instrumentos devem ser disponibilizados em quantidade suficiente para atender a demanda do estabelecimento, respeitando os prazos de limpeza, desinfecção e esterilização.