Os professores e técnicos da Universidade Federal do Acre (Ufac) estão com os braços cruzados há 66 dias. O primeiro semestre da instituição não foi concluído. A previsão era para encerrar no dia 11 de agosto. A greve foi iniciada em 28 de maio e afeta 34 universidades federais de 22 estados e dois institutos até esta segunda-feira, 3.
As categorias são contra cortes feitos pelo Governo Federal no orçamento das instituições e a infraestrutura ruim dos locais de ensino. Eles também pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira, garantia da autonomia e do caráter público das universidades e mais investimentos para a educação.
A greve não tem data para acabar, confirma os grevistas. Algumas entidades dizem que pretendem intensificar ainda mais o movimento em agosto, mês de retorno das aulas, para avançar nas negociações com o Governo Federal.
A pauta dos servidores inclui reajuste salarial de 27,3% e data-base, reestruturação da carreira docente e melhores condições de trabalho. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão propôs reajuste de 21,3%, a ser pago em quatro anos. Porém, a proposta foi considerada insuficiente pela maioria das entidades.
O vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), João Lima, afirma que até o momento não há nenhum avanço nas discussões sobre a carreira. “O que sabemos é que ele não concorda com alguns pontos, mas não se manifestou publicamente”.
Greve afeta 100% dos cursos
De acordo com a vice-reitora da Universidade Federal do Acre, Guida Aquino, as aulas estão paradas em 100% dos mais de 40 cursos de graduação e pós-graduação oferecidos pela instituição em Rio Branco e no campus de Cruzeiro do Sul, no interior do Estado.
Guida diz ainda que a greve afeta mais de 10 mil alunos. “Só o que está funcionando é a administração superior e algumas atividades que foram liberadas, mas aula mesmo não está tendo”, diz.