Os deputados estaduais receberam na manhã desta terça-feira, 4, na Assembleia Legislativa (Aleac), um grupo de professores da rede pública estadual. A categoria, que já está em greve há mais de 50 dias, pede que os deputados atuem como mediadores para a retomada das negociações entre os grevistas e o Governo do Estado.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, frisou que a categoria está disposta a retomar o diálogo, porém, afirmou que a greve não será encerrada sem que compromissos sejam firmados para o próximo ano.
“Esperamos que os deputados se sensibilizem e que se junte à categoria para encontrarmos um meio termo, uma solução para esse impasse. Queremos um entendimento, uma proposta para a categoria. Não existe a possibilidade de a greve acabar sem que um termo de compromisso seja firmado para o ano de 2016”, disse.
Rosana voltou a criticar o Governo do Estado pela ameaça de corte dos pontos dos servidores que aderiram à greve. Ela chegou a afirmar que não acreditava que o governador pudesse autorizar o corte dos salários.
“Não acredito que vão cortar o pouco que já ganhamos. Peço que o Executivo tenha mais sensibilidade com a causa dos professores. Ao invés de buscar a solução tentou desfazer dos pequenos”, falou.
O presidente da Aleac, deputado Ney Amorim (PT), após ouvir as demandas dos grevistas, se comprometeu a iniciar um diálogo entre a categoria e o Poder Executivo.
“A Assembleia Legislativa vai continuar ajudando neste debate, pois temos compromisso com a categoria. Queremos ajudar a construir o melhor acordo para todos os lados, inclusive pelos alunos que não querem ter o ano letivo prejudicado”, disse.
A presidente da Comissão de Educação da casa legislativa, deputada Leila Galvão (PT) salientou que, durante o recesso parlamentar, não houve a possibilidade dos deputados se reunirem com a categoria, devido alguns estarem ausentes do Estado.
“Firmamos um compromisso e vamos cumpri-lo. Formamos uma Comissão Especial para intermediar uma conversa entre a categoria e o governo, porém, durante o recesso parlamentar ficou inviável uma conversa devido alguns deputados estarem ausentes do Estado. Mas, estamos hoje aqui para dar continuidade a essas conversas”, falou.
O líder do governo na Aleac, deputado Daniel Zen (PT), sugeriu a reoxigenação do diálogo e aconselhou que é necessário um esforço de ambas as partes no sentido de buscar uma solução para o impasse.
“Nós, deputados, não podemos decidir em nome do governo nem dos senhores, mas seria bom a reoxigenação da interlocução. Estamos aqui para dialogar para todo mundo. Não estamos aqui apenas do ponto de vista dos aplausos. Tem que haver um gesto de lado a lado. O diálogo travou. Penso que é importante que haja uma amenização das posturas para chegarmos ao consenso. A ideia aqui é chegar a um entendimento”, conclui Zen.
Ainda na tarde de ontem ocorreu uma nova reunião entre os grevistas, o presidente do parlamento estadual, deputado Ney Amorim e os deputados que compõem a Comissão de Orçamento e Finanças da Aleac.
Na reunião, o comando de greve apresentou aos parlamentares as reivindicações da categoria. O presidente da Aleac, deputado Ney Amorim, comprometeu-se em se reunir com o governador Tião Viana e repassar a demanda.