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“Uma nação mais transparente e menos corrupta só através da educação e família”, diz Alan Rick

Alan Rick garantiu que não sairá candidato a prefeito. (Foto: Divulgação)

Após seis meses integrando a bancada federal acreana, o deputado Alan Rick (PRB) fez uma avaliação de seu mandato e do atual cenário político nacional. Em conversa com o jornal A GAZETA, ele frisou que o povo brasileiro tem passado a cobrar dos atuais parlamentares assiduidade, produtividade e honestidade.

“Ter estas três características é a melhor resposta que se pode dar à população brasileira neste momento de profunda crise moral e ética dos políticos no país, com todas as operações que estão em andamento no Brasil”, disse.

Quanto às manifestações populares ocorridas ao longo dos últimos meses contra a presidente da República, Alan frisou que ela reflete o atual momento do governo.

“A população não está satisfeita com o governo. Espero que o governo, os ministros, a presidente Dilma, consigam realizar as mudanças necessárias para fazer o País voltar a crescer”.

Em relação à possibilidade de sair candidato à prefeitura da Capital, ele descarta qualquer pretensão. Afirma que irá concluir seu mandato de deputado federal.

A GAZETA – Depois de seis meses de mandato, qual a sua avaliação da política nacional?
Alan Rick – Vivemos um momento delicado. Na Câmara, por exemplo, tivemos momentos intensos como há muito tempo não se vivia. Votamos matérias polêmicas como ajuste fiscal, redução da maioridade penal, entre outras. Acredito que é um tempo de reflexão para a população. O povo brasileiro nos cobra assiduidade, produtividade e honestidade. Ter estas três características é a melhor resposta que se poder dar a população brasileira nesse momento de profunda crise moral e ética dos políticos no País, com todas as operações que estão em andamento atualmente no Brasil.

A GAZETA – Como a base aliada ao governo tem lidado com a possibilidade de serem colocadas em votação as pautas bombas?
A. R. – As pautas bombas são aquelas que têm o condão de onerar o governo. Tenho o entendimento de que o cidadão não tem culpa da crise que o País enfrenta, mas ainda assim precisamos apreciar as pautas que estão em votação, seja ela, bomba ou não. A Câmara precisa votar as matérias que estão em pauta. A questão aqui é verificar o que é benéfico ou não para o País.

A GAZETA – Recentemente a Câmara concluiu a votação em 2º turno da Reforma Política e da redução da maioridade penal. Quanto à reforma política, as mudanças ocorridas foram as mais adequadas para o País?
A. R. – Não. A Reforma Política foi longe de ser o ideal para o País. A melhor reforma aquela que barateia os custos das campanhas, que torne o processo mais transparente e que possibilite que tenhamos eleições mais céleres e menos cansativas tanto para o povo quanto para o candidato.

A GAZETA – Quanto à redução da maioridade penal. É a melhor solução?
A. R. – É o anseio de quase 90% da população brasileira. Não estamos penalizando o jovem que estuda e trabalha para ter uma vida digna. Estamos fazendo a penalidade para aqueles que comentem crimes hediondos. A legislação como estava gerava uma impunidade que estava trazendo revolta no País. Esperamos que o Senado confirme a decisão da Câmara.

A GAZETA – Como você avalia as manifestações populares contra a presidente Dilma Rousseff?
A. R. – Toda manifestação popular retrata o momento atual do governo. Considero justa to-da manifestação democrática sem violência. A população não está satisfeita com o governo. Eu espero que o governo, os ministros, a presidente Dilma consigam realizar as mudanças necessárias para fazer o País voltar a crescer. Eles precisam fazer o dever de casa, qual seja enxugar a máquina pública e cortar gastos desnecessários. Não basta a câmara fazer o ajuste fiscal se o governo não fizer a sua parte. O governo precisa realizar medidas paliativas na economia. Precisamos fazer o grande pacto pelo Brasil e esse pacto passa exatamente pela reforma do sistema tributário.

A GAZETA – A população pede o impeachment da Dilma. Isso resolveria a crise do País?
A. R. – Eu creio que não. O impeachment pelo impeachment daria apenas uma resposta à crise política, gerada pela falta de apoio popular ao governo.

A GAZETA – A bancada evangélica vem crescendo a cada eleição. Na mesma medida crescem as críticas. Muitas acreditam que a mistura entre religião e política não combinam. Qual é a sua opinião a respeito disso?
A. R. – Temos que entender que o Brasil é um País com ampla maioria cristã. O cidadão vota no seu representante com base na ideia de que ele defenderá os seus interesses. A Câmara é o espelho do seu cidadão. Aquele cidadão cristão que é contra o aborto, legalização das drogas, ele quer que o seu deputado defenda essas bandeiras em Brasília. Uma vez que somos eleitos para representar o povo, nada mais natural que sejamos demandados por esse mesmo eleitor, que nos elegeu e que nos cobra essa mesma postura.

A GAZETA – Você acredita que esteja havendo muita interferência religiosa nas grandes discussões políticas?
A. R. – De forma alguma. Não estamos querendo trazer religião para a política, não estamos tentando evangelizar a política. Estamos querendo apenas que a política seja mais ética, menos corrompida e que trate de temas morais. Tratar de temas que realmente é o anseio da população brasileira que é representada na Câmara pelos deputados federais.

A GAZETA – Fale um pouco sobre os projetos que você tem desenvolvido na Câmara e que estão relacionados à Amazônia.
A. R. – O projeto mais contundente em relação à Amazônia é a nossa PEC da Zona Franca de Rio Branco. Esse é um projeto que vai trazer a verdadeira industrialização para o Acre. Hoje, o Amazonas só é esse polo industrial por conta da Zona Franca de Manaus. O Acre é muito cobrado para manter sua estrutura florestal intacta. Nós temos quase 90% de nossa estrutura florestal intacta e não recebemos nenhuma contrapartida por isso. A zona franca de Rio Branco seria essa contrapartida. Teríamos a possibilidade de atrair grandes indústrias que iriam gerar milhares de empregos e renda para a população.

A GAZETA – Qual outro projeto você destacaria?
A. R. – Tem um que considero muito importante e que propõe educação em tempo integral à população. Eu acredito que o Brasil só irá atingir níveis de excelência, quando nós tivermos as nossas crianças e adolescentes no mínimo oito horas por dia na escola. As nações mais ricas do mundo, mais transparentes, que mais combateram a corrupção, colocam as suas crianças de oito a onze horas por dia na escola, dependendo do país. Eu defendo isso para o Brasil. Se a gente quer uma nação realmente mais transparente, mais desenvolvida e menos corrupta, é com educação e família.

A GAZETA – Como o PRB vem se preparando para as eleições municipais?
A. R. – O PRB já vem formulando as chapas tanto para a Capital quanto o interior. Temos pretensões de disputar algumas prefeituras e com chances reais de vitórias. Por exemplo, Senador Guiomard e Acrelândia, com candidatos que tiveram expressivas votações nas eleições das quais participaram. Temos também até o momento, candidatos à vice em dois municípios, Rodrigues Alves e Mâncio Lima. Estamos avaliando ainda essa questão.

A GAZETA – Qual a possibilidade de você sair candidato à Prefeitura de Rio Branco?
A. R. – Nenhuma. Fui eleito para ser deputado federal e minha pretensão é concluir meu mandato. Seria uma traição com meu eleitor, com apenas dois anos de mandato, me lançar candidato a outro cargo. Esta atitude é coisa de carreirista e isso eu não sou. Fui eleito para legislar e trazer recursos para o Estado através das emendas parlamentares, através de projetos.  Não sou e não serei candidato. Meu foco é fazer um bom mandato de deputado federal.

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