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Filhos da farra!

Antes de me ater ao tema, filhos da farra” quero dizer que vejo na relação sexual entre macho e fêmea o maior dos prazeres naturais. Podemos dizer, pelo prisma da ética cristã, diferentemente das variedades gnósticas e platônicas, que o sexo é bom em si mesmo e por si mesmo porque faz parte da criação de Deus. Não somente o sexo é essencialmente bom como é muito poderoso. Parece que as pessoas esqueceram que é pelo processo da sexualidade humana que são produzidos e, multiplicados os seres humanos. Não é clonagem, não! A população mundial, hoje, é estimada em cerca de 7 bilhões, fruto desse processo sexual. Mas a procriação não é o único propósito para o sexo. O sexo também tem propósitos de unificação e de recreação. É óbvio que qualquer coisa tão poderosa quanto o sexo precisa ser controlada. Ninguém em sã consciência deixaria crianças imaturas brincar com dinamite. Mas o que mais se ver nos dias atuais são meninas (crianças) iniciando a vida sexual a partir dos 12 anos. O escândalo é tamanho que homens pedófilos, numa auto defesa indefensável, dizem ter casos com menores.

Mas, o que vem a ser “filhos da farra?”

O tema,  filhos da farra, entre aspas  é emprestado duma reportagem de William Santos e Patrícia Falcoski, feita nesta semana pelo jornal O Globo,  abordando os famigerados bailes “funks” onde muitas adolescentes acabam grávidas. Nestas farras, denominadas também de “pancadões” jovens e adolescentes usam drogas alucinógenas e fazem sexo no meio da rua. O resultado trágico, entre tantos, desses “pancadões” é que há uma grande incidência de gravidez entre jovens de 15 e 16 anos que passam viver um verdadeiro drama existencial. O drama da gravidez indevida, produto duma transa irresponsável.

O mais cruel é que autoridades constituídas de estados, como São Paulo, autorizam esses “pancadões”. Mais feio ainda é saber que o Estado autoriza, por exemplo, 12 farras, e os traficantes de drogas, obviamente, multiplicam numa só noite para 300. É notório e público, em São Paulo e em outras cidades, que o tráfico de drogas comanda esses pancadões de rua. A prática deve continuar em crescente, pois como diz o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: A polícia só prende o “nóia”. Pobres nóias!

Os “pancadões” possibilitam, à céu aberto,  uma  “transa” que nada mais é do que uma relação intersexual de base puramente sensual, que não se baseia na escolha pessoal, mas na necessidade anônima e impessoal de relações sexuais. Essa relação intersexual não pode, em hipótese alguma, ser chamada de amor. Fazer amor, é de base eletiva e implica o compromisso recíproco.

É necessário dizer, que mesmo com camisinha, mesmo sem contrair doenças sexualmente transmissíveis, esta atitude transloucada dos jovens das relações sexuais  desatinadas e desmedidas que ocorre muitas vezes por excesso de bebidas e outras drogas ou por um “lapso de memória”, pode atrapalhar ou até mesmo impedir para sempre o desenvolvimento do maior de todos os projetos, o de ser um adulto feliz. Essa cultura do “ficar por ficar” feita de qualquer jeito, com qualquer pessoa, sem pensar nas consequências, é aquela que só dá prazer momentâneo, mas não faz as pessoas crescerem, melhorarem como gente.

Os “pancadões” e suas libertinagens excessivas colaboram, e muito, para o Brasil continuar sendo o campeão de interrupção dolosa  de gravidez. Até um dia desses, haviam comprovadamente registrados cerca de 950 mil abortos no País dos ilícitos.

No Brasil existem 20 milhões de mães solteiras. Umas por opção própria, preferem vive sozinhas do que mal acompanhadas. Outras porque foram deixadas por ex-maridos e resolveram seguir a vida sem outro casamento. Contudo, é inegável que grande parte dos filhos dessas mulheres mães solteiras, especialmente as mais novas, é resultado direto dessa cultura do “transar por transar” trazendo em seu séquito milhares de crianças que, mesmo com certidão de nascimento, nascem e se criam sem a presença paterna. Um golpe mortal naquilo que, antigamente, chamávamos de família.

*Pesquisador  Bibliográfico em Humanidades.
E-mail: assisprof@yahoo.com.br

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