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Acreano cogita ir à Justiça contra empresa de ônibus em Paraty: “Pensei que estava morto”

Quatro dias após sobreviver a acidente de ônibus em Paraty que deixou 15 mortos e mais de 60 feridos, o estudante de aviação civil Luan Eloy, 23 anos, afirma que “ainda não caiu a ficha”. Para descrever a tragédia, da qual ainda não se recuperou, Luan a comparou a “um filme de terror” e a “uma montanha-russa”.

Acompanhado de um amigo que não se lembra do momento do acidente tamanho o trauma sofrido, Luan – que nasceu no Acre e mora há cinco anos na cidade de São Paulo – embarcou no ônibus da viação Colitur para passar o domingo em Trindade, bairro de Paraty. Ele recorda que, ao entrar na estrada do Deus me Livre, o coletivo desceu “muito rápido uma ladeira bem inclinada”.

Os passageiros gritaram e Luan ainda se recorda de ter ouvido o motorista dizer que havia perdido o freio. Após o ônibus tombar, o estudante e o amigo, que estavam sentados no penúltimo banco do coletivo, saíram pelo acesso do teto – viram muito sangue, fraturas expostas, passageiros sem vida e presos em ferragens.

“Eu apaguei uns 20 segundos. Fiquei zonzo. Eu pensei que já estava morto. Parecia cena de filme, o terror”.

O estudante, que sofreu um corte no braço esquerdo e sentia dor na costela – na quarta, 9, ele ainda iria refazer exames para descartar qualquer problema -, não descarta ir à Justiça contra a viação, da qual ainda não havia recebido qualquer assistência.

“Se puder, vou processar porque estou traumatizado. Vou procurar uma terapia”.

Acordo para indenização

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro espera concluir até sexta-feira, 11, os termos do acordo com a viação Colitur, proprietária do ônibus. Na tarde desta quarta, representantes da Defensoria, da empresa de transportes e do município tiveram uma reunião. Ficou decidido que a Colitur indenizará as vítimas por meio de acordo extrajudicial, homologado pela Defensoria.

Feridos e familiares dos 15 mortos poderão receber a reparação financeira pelo dano sofrido sem que seja necessária longa espera pela conclusão de ação judicial, segundo a defensora Patrícia Cardoso, coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor.

“Não haverá ação na Justiça. É um acordo com todos os atores envolvidos no caso. A homologação será da própria Defensoria e em prazo reduzido”.

Caberá a cada um dos lesados decidir se aceita ou não o acordo firmado.

“Se alguém julgar que o valor da reparação não atende à expectativa, poderá procurar outras esferas”.

Os valores das indenizações serão definidos individualmente, levando em conta a extensão do dano e a realidade de cada vítima.

estudante

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