O casal de ciclistas suecos, Johanna Charlotte Eklof, de 26 anos, e o jovem Emil Boner, de 25 anos, sofreram um acidente na BR-317, Km 16, no município de Epitaciolândia, na manhã da última terça-feira, 15. O casal foi atingido por um carro e Johanna morreu no local do acidente. Emil foi encaminhado para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), e segue estável. Com o intuito de homenagear o casal e chamar atenção da sociedade e Poder Público sobre os perigos que os ciclistas correm diariamente, a Associação de Ciclistas do Acre (ACAC), realizou uma cicleata nessa quinta-feira, 17.
“Infelizmente o Brasil é quase recordista mundial com relação a acidentes de trânsito. Isso acontece periodicamente. O que chamou a atenção é que era uma sueca, ciclo ativista, uma pessoa que fazia ciclo turismo pelo mundo. Lamentavelmente aconteceu no nosso estado essa fatalidade. Ela mostrava um mundo diferente e que era possível viajar sem poluir, com mais saúde, com mais alegria, em cima de uma bicicleta”, lamentou o presidente da ACAC, Valden Rocha.
Rocha contou que a classe dos ciclistas recebeu a notícia da morte da sueca com muita tristeza. Para ele, esse é um momento de refletir, pois muitas vezes eles, que utilizam a bicicleta também como meio de transporte, sem vêm na mesma condição de risco. “Acabamos passando por situações muito parecidas, com relação dos ciclistas com as vias, os carros “tiram fino” da gente. Esse é o momento de reflexão e orientação para a sociedade”, expôs o presidente.
Rocha explica que o momento de campanhas educativas “já passou da hora”, diz. Esse é o momento de discutir as leis de trânsito, o presidente as define como: leis brandas. “Hoje uma pessoa mata um ciclista ou pedestre com o carro, paga uma fiança e vai responder em liberdade. Muitas vezes essas pessoas estão embriagadas, inclusive muitos deles voltaram a cometer os mesmo crimes, por a lei ser muito flexível”, afirmou.
O presidente destacou que a cicleata também homenageou um amigo ciclista, que faleceu recentemente de um infarto. Ele destaca que foi uma pedalada em luto. “Queremos chamar a atenção da sociedade. Hoje acontecem vários acidentes, várias pessoas são vitimadas, não só por morte, mas também por ficarem com sequelas”, disse.
A concentração dos ciclistas foi na Concha Acústica, todos os participantes estavam de camisa preta, representando o luto da classe. “Normalmente nossos passeios são muito alegres, com música, com muita festividade, um passeio recreativo. Mas hoje (quinta-feira, 17), o nosso passeio é em memória as duas pessoas que faleceram esta semana”, contou Rocha.