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Desafio para a educação do século XXI

Um país se faz com homens e  livros, isso afirmou Monteiro Lobato, o grande escritor brasileiro. E justiça seja feita: Lobato foi um exemplo de patriotismo e vanguarda. Ele deixou lições preciosas para todos os tempos e todas as idades. Então, o que devemos fazer é ler, pesquisar, refletir e encontrar novos caminhos para a Educação neste século XXI, que não anda bem, necessita de uma revolução.

A educação engloba ensinar e aprender. E também algo menos tangível, mais profundo: construção do conhecimento, bom julgamento e sabedoria. A educação tem nos seus objetivos fundamentais a passagem da cultura de geração para geração.

A saúde, a segurança, a infraestrutura, o meio-ambiente, as relações interpessoais, a solidariedade, a ética etc, tem que ser alicerces para construir a moradia da educação. Podem nos tirar bens materiais, da família, da terra natal, mas não há um ser capaz de retirar do outro a sabedoria. Esta não pode ser roubada.

Por tudo quanto se deseja para o mundo educacional, a educação do século XXI não pode ficar olhando para o passado, deve, antes de tudo, olhar o futuro horizonte, pensar em trabalhar, com os alunos, objetivos significativos, tais como: valorizar a inteligência coletiva e não a individual; perceber que todos são capazes e não uma minoria; valorizar as inteligências múltiplas; a emoção e a imaginação devem ser tão importantes quanto o conhecimento técnico; ter capacidade de resolver questões abertas e imaginar futuros alternativos, assim como a necessidade contínua de adquirir novos conhecimentos durante toda a vida. A educação não é um processo estanque.

Avistamos que enquanto o desafio da globalização é ter a visão do todo, a escola continua separando as disciplinas, o complexo é reduzido ao simples, exigindo cada vez menos a compreensão e a reflexão, fazendo com que os jovens percam suas aptidões naturais de contextualizar os saberes e integrá-los em conjuntos, produzindo, assim, ignorância e cegueira. A mente humana precisa ser desenvolvida e não atrofiada. Morin (2003) A educação não pode mais ter, somente, um conteúdo determinado, aquele que o aluno assimila e carrega para o resto da vida. A escola deve pensar na diversidade do mundo em que vivemos e que as pessoas devem está preparadas para lidar com os múltiplos contextos da vida.

Entende-se que para a Educação mudar o mundo é preciso que atinja, pelo menos, os quatro pilares do conhecimento, quais sejam: aprender a conhecer; aprender a viver juntos; aprender a fazer; aprender a ser. É, também, fundamental, que as escolas estejam debruçadas nos sete saberes necessários à educação do futuro: necessidade de conhecer o que é conhecer; a capacidade de conhecer o conhecimento; a capacidade de ensinar a condição humana; a identidade terrena; enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão; ensinar a ética do gênero humano.

Entende-se que a educação do século XXI não tem a finalidade única de preparar os alunos para o mercado de trabalho, mas facilitar a adaptação aos diferentes trabalhos que aparecem com a evolução da produção diante da globalização, onde talento e criatividade são importantes, assim como formar cidadãos democráticos e conscientes dos seus direitos e deveres e que resgate o ser humano existente dentro de cada um de nós.

Para que o trabalhador tenha condições de atender a todas estas exigências, é preciso que a educação do século XXI esteja voltada para o desenvolvimento do aluno como um todo. O que requer um pensamento moderno em relação à educação, sendo necessário equilibrar as políticas educativas e culturais, a formação dos professores, os métodos pedagógicos e o conteúdo, sempre em busca da apropriação do saber, através de uma educação de qualidade que proporcione ao aluno buscar e compartilhar conhecimento. Assim, é urgente uma reforma educacional que privilegie a integração do conhecimento com a moral e a ética construindo assim, um mundo mais solidário e justo.

DICAS DE GRAMÁTICA
QUE E QUÊ, QUANDO USÁ-LOS?
– Que é pronome, conjunção, advérbio ou partícula expletiva. Por se tratar de  onossílabo átono, não é acentuado:
(O) Que você pretende?
Você me pergunta (o) que farei. (O) Que posso fazer?
Que beleza! Que bela atitude!
Convém que o assunto seja discutido seriamente.
Quase que me esqueço de avisá-lo.

– Quê representa um monossílabo tônico. Isso ocorre quando um pronome se encontra em final de frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação ou exclamação) ou de reticências, ou quando quê é um substantivo (com o sentido de “alguma coisa”, “certa coisa”) ou uma interjeição (indicando surpresa, espanto):
Afinal, você veio aqui fazer o quê?
Você precisa de quê?
Há um quê inexplicável em sua atitude.
Quê! Conseguiu chegar a tempo?!

* Luisa Karlberg – É membro da Academia Acreana de Letras; Membro Fundadora da Academia dos Poetas do Acre; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da International Writers and Artists Association (IWA), sediada na cidade de Toledo, Ohio, USA. Coordenadora da Pós-Graduação em Língua Portuguesa (Campus Floresta (2011-2018); Orientadora de Pós-Graduação em nível de Mestrado e Doutorado; Orientadora de Pós-Graduação Lato Sensu; Orientadora de bolsistas PIBIC (Campus Floresta – UFAC); Pesquisadora DCR do CNPq (2015-2018). Grã-Chancelar da medalha J.G. de Araújo Jorge, pela Academia Juvenil Acreana de Letras; Embaixadora da Poesia pela Casa Casimiro de Abreu.

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