X

ARTIGO: As lições que vêm da ONU

Muito oportuna a palestra do secretário-geral adjunto da Organização das Nações Unidas (ONU), Carlos Lopes, na última quarta-feira, 21, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Acre – FIEAC, sobre “A Nova Agenda para o Desenvolvimento Sustentável”.

Dono de um capital ideológico invejável, Carlos Lopes nos trouxe uma mensagem que todos nós acreanos devemos nos orgulhar: “não somos exemplo apenas para o Brasil, mas para o mundo”, pois o desenvolvimento em nosso estado é feito com responsabilidade e respeito ao meio ambiente.

Temos que reconhecer que o Acre tem seu protagonismo em todo este processo, e estamos diante da definição e consolidação da nova agenda mundial de desenvolvimento, que, inclusive, faz uma reflexão do conceito de desenvolvimento sustentável de maneira mais ampla

Na visão experiente do secretário da ONU, o Acre está trabalhando as cadeias de valores, transformando-as em oportunidades. Segundo Carlos Lopes, é preciso usar a floresta de forma criativa, por meio da piscicultura, da cadeia de valor da produção de carne de vários tipos, como suínos, aves e o próprio gado, com a introdução de tecnologias mais avançadas, gerando menos impacto florestal e maior produtividade animal.

Ainda segundo o estudioso, não existe “plano B” quando se fala em sustentabilidade, pois não há um “planeta B”. Carlos Lopes destacou que no ano 2.000 foram fixados oito objetivos chamados “do milenio”, com metas ousadas, pela assembleia geral das Nações Unidas e, em nìvel global, todas as propostas, mesmo as que pareciam delirantes e impossíveis foram alcançadas, como a redução pela metade da pobreza extrema em 15 anos.

No entanto, todas essas projeções diziam respeito aos países em desenvolvimento e que agora, ao se buscar na COP 21, que acontecerá em dezembro, em Paris, novas propostas, desta vez chamadas de Novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentado, será a vez dos países ricos e desenvolvidos serem chamados a contribuir no esforço global.

O desafio da ONU hoje, segundo o secretário, é o desenvolvimento sustentável, que aponta para uma etapa de transformação dos pilares econômico, social e ambiental, temas de interesse global.

Entretanto, vou além em afirmar que este desafio não é apenas da ONU, mas de todos nós: empresários, governo, parlamentares e sociedade civil. Cabe a todos nós uma reflexão do nosso papel nessas discussões. Se estivermos unidos, e fazendo o nosso “dever de casa”, o Acre deverá superar com mais facilidade esse momento de incerteza.

*José Adriano Ribeiro da Silva é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac)

A Gazeta do Acre: