Para muitos, um espaço com jornais antigos, amarelados pelo tempo e um guardião. Há 22 anos como responsável do arquivo do jornal A GAZETA, Evando Cabral Araújo é um dos servidores mais solicitados da empresa que completa 30 anos neste mês. Procurado por estudantes, acadêmicos, pesquisadores, funcionários públicos e curiosos, ele ajuda na localização de notícias e fotografias antigas.
Os livros com os jornais datados de dezembro de 1988 e setembro de 1999, referente à morte do líder ambiental, Chico Mendes e a CPI que culminou na prisão do ex-coronel e ex-deputado federal, Hildebrando Pascoal, respectivamente, são os mais procurados.
“As nossas fotos dos crimes bárbaros cometidos pelo Esquadrão da Morte ganharam o mundo. Na época, vários veículos de comunicação do país solicitaram as imagens do arquivo do jornal A GAZETA. Há quem procure também pelas fotos do acidente aéreo do avião da Rico, ocorrido em agosto de 2002”, lembrou Evando.
Todos os exemplares diários do jornal, desde 1985 até os dias atuais, são minuciosamente guardados e organizados, em alguns casos se tornaram provas. Como na ocasião em que uma funcionária pública dependia de uma edição para comprovar a aprovação em concurso público.
“Ela me procurou aflita sobre a edição do jornal que comprovava a aprovação em concurso público. Antes da internet, os resultados de aprovação em concurso e em vestibulares eram divulgados na íntegra no jornal. Após encontrarmos a edição, ela ficou emocionada e me agradeceu. Poder ajudar pessoas com o nosso trabalho, não tem dinheiro que pague”, destacou o arquivista.
Isso sem falar nos inúmeros alunos e acadêmicos que visitam o jornal quase que diariamente. “Quando eles chegam e falam o tema da pesquisa é muito difícil eu não saber qual o livro oferecer para eles. É interessante acompanhar a evolução de um determinado assunto ao longo do tempo através das fotos. Por esse motivo, as imagens já foram expostas em vários trabalhos educacionais”, ressaltou orgulhoso.
Sobre sua função, Evando explica que não acredita comandar o setor esquecido ou velho da empresa. “Muito pelo contrário, vejo o arquivo como o coração de A GAZETA. Aqui se guarda muitas histórias, algumas tragédias e o cotidiano de uma cidade que se desenvolveu e de um povo que adora política”, avaliou.
O guardião do arquivo de A GAZETA está à disposição dos interessados em conhecer um pouco mais sobre o passado sob a ótica das matérias jornalísticas sempre no período da tarde, a partir das 14h.
