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Através da criatividade, artesão cego transforma jornais em artigos de luxo

Além de Francisco Cleide, outros artesãos realizam o trabalho que envolve arte. (FOTOS: ODAIR LEAL/AGAZETA)

Apesar da sua importância, hoje em dia, ninguém mais lê os jornais de ontem, da semana ou do mês que passou e muitos se perguntam o que fazer com os exemplares após cumprirem sua função de passar a informação. Respondendo a esse questionamento, existe um grupo de pessoas que enxerga no jornal impresso muito mais do que meio de comunicação, e sim, como matéria prima para confecção de verdadeiras obras de artes.

Criadas em uma sala, as peças conquistam pelos olhos e ganham o mundo. Elas são frutos da associação de espírito de empreendedorismo, criatividade e disciplina. São cestos, caixas, mesas e porta caneta das mais variadas cores, formatos e tamanhos. Belos e resistentes, os objetos nem de longe parecem que são feitos com jornais, cola branca e, em alguns casos, verniz.

No mesmo ambiente, as peças já prontas se misturam as que estão em fase de confecção. São cestos, caixas, mesas e porta-caneta das mais variadas cores, formatos e tamanhos. Belos e resistentes, os objetos nem de longe parecem que são feitos com jornais, cola branca e, em alguns casos, verniz. Cuidadosamente criados por um artesão, Francisco Cleide, que é cego.

“Eu imagino como vai ficar a peça e vou trabalhando nela. Não tem muito segredo. O que mais me alegra é saber que as pessoas gostaram do trabalho. E se assustam ao saber que uma peça bonita surgiu de materiais tão simples”, destacou Francisco.

A beleza e sofisticação das peças são fruto da criatividade e empenho de um grupo de voluntárias que enrolam cada página de jornal que se transformam em canudinhos que aos milhares formam verdadeiras obras de arte.

De acordo com a tesoureira da Associação dos Deficientes Visuais do Acre (Adevi), Marileide Gomes, o trabalho é uma forma de terapia para alguns. E todos os instrumentos utilizados para confecção das peças são artesanais em sua maioria doados.

“Os jornais são doados pelas instituições públicas parceiras. A cola e o verniz são comprados com o dinheiro que conseguimos arrecadar das vendas das peças. Com o valor arrecadado na venda, 50% pertence ao artesão e os outros 50% serve para comprar o material para a confecção de mais peças”, confirmou Marileide.

Os interessados em conhecer o trabalho ou em aprender a confeccionar artesanatos com jornal e outros materiais podem se dirigir à Adevi. “Atendemos as pessoas com deficiências e a população em geral. Além disso, oferecemos outros cursos e oficinas”, convidou Marileide.

Atualmente a Adevi e outras associações estão instaladas no antigo prédio da escola Dom Bosco, localizada no bairro Bosque.

A Gazeta do Acre: