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População defende policial que matou dupla de assaltantes

População deixa claro descontentamento com o aumento da criminalidade no Estado. (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

A onda de ataques que o Acre está vivendo desde a madrugada de terça-feira, 6, vem assustando a população. Os atentados começaram após a morte de dois suspeitos de tentar assaltar uma clínica. No bairro Seis de Agosto, a opinião é quase unânime: “bandido bom é bandido morto”.

O comerciante Eliésio Vasconcelos, de 37 anos, acredita que quando é o oposto, um pai ou mãe de família morre, não há repercussão e logo o caso é esquecido. Para ele, o auxílio reclusão que as famílias dos detentos recebem é desnecessário. “Quando um policial mata um bandido, os Direitos Humanos está lá, a imprensa, todo mundo. Nesse caso, o bandido vira o ‘coitadinho’”, disse.

Vasconcelos defende o policial à paisana que atirou nos criminosos, e diz que atitudes como essas podem colaborar com a redução do número de crimes no Estado. “Se toda vez eles agissem assim, não existia essa violência de hoje. Agora só tem punição para as pessoas de bem. O policial estava apenas fazendo o trabalho dele. E se o bandido tivesse tirado a vida de pessoas na clínica?”, indagou o comerciante.

“Eu acho que se a polícia puder matar, tem que matar! Eles não respeitam as pessoas trabalhadoras”, desabafou Vasconcelos que lembra a tentativa de assalto que seu comércio sofreu no ano 2014, quando tentaram entrar no estabelecimento e dispararam tiros. “Felizmente ele errou o tiro”, disse.

Por fim, o comerciante destaca que a população não se sente segura. “Infelizmente, a lei só favorece aos bandidos”, concluiu Vasconcelos.

Ainda andando pelas ruas do bairro, a equipe de A GAZETA encontrou um casal de empresários, Aroldo Luiz e Dulcinete Vieira. Eles relatam que, aproximadamente, há um ano seu estabelecimento foi vítima de criminosos menores de idade. Ela conta revoltada que, enquanto o marido registrava o boletim de ocorrência, processo que demorou mais de duas horas, os menores já estavam em liberdade. “Meu marido não tinha nem saído da delegacia e eles já estavam soltos”, contou Vieira.

Para o casal, o problema começa ainda na elaboração de leis, a maioria muito branda, que beneficiam os criminosos em diversos pontos, “dentro do presídio eles têm de tudo, e a família ainda recebe auxílio”. Ele ressalta que situações de bandidos presos no período da manhã e soltos durante a tarde é comum e revoltante.

O casal também apoia a atitude do policial que atirou nos dois suspeitos de assaltar a clínica. “O policial mata o bandido e quem paga é a população? Tem que fazer isso mesmo, ‘matar todos’”, afirmou a empresária.

O mecânico Jucelino de Lima, de 35 anos, diz que tem conhecidos dentro do presídio Francisco de Oliveira Conde (FOC). Para ele, aparelhos para detectar a entrada de celulares e outros objetos é um item necessário na penitenciária. “Eu acho que deveria ser tudo isolado, pra que bandido precisa de comunicação? Não deveria ter nem sinal dentro do presídio”, opinou.

“Eles tem mulheres lá dentro quase todo dia, comida da boa e da melhor. Quando cansam de comer galinha, fazem greve de fome ou rebelião e no outro dia comem bisteca. Vivem muito bem lá dentro às nossas custas”, expôs o mecânico.

Vendedor fala de prejuízo nas vendas

Vendedor diz que em 3 dias já soma prejuízos de R$ 300. (Foto: Odair Leal: A GAZETA)

Proprietário do “Churrasquinho do Roberto”, trabalhando há três anos na rua principal do bairro Seis de Agosto, Roberto reclama que desde terça-feira, 6, têm tido prejuízos nas vendas, devido à onda de ataques ao patrimônio público e privado.

Normalmente, Roberta vende churrasco até às 20h, todos os dias. Porém, há três dias, no máximo às 19h está fechando. “Quando ‘dá sete horas’ essa rua está deserta, não tem ninguém”, disse Roberto, que calcula um prejuízo de aproximadamente R$ 300 em três dias.

Em três anos, vendendo churrasquinho no mesmo ponto, Roberto fala que nunca viveu uma situação como essa, “se não tem ninguém na rua eu não vendo. Se não vendo, eu vou para casa”.

Suspeitos de comandar ataques são transferidos

Quinze presos foram transferidos do Estado ontem. (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, juntamente com a cúpula de Segurança do Estado, anunciou na manhã dessa quinta-feira, um resumo das ações realizadas pelo governo, além da transferência de 15 presos. Os presos transferidos são apontados como os comandantes das ordens de incendiar carros, ônibus e residências na Capital.

Os detentos do Acre foram encaminhados para presídios de segurança máxima localizados no Rio Grande do Norte e no Mato Grosso do Sul.

Após transferência de presos, novo ataque é registrado

Ônibus faz viagens para ramais do interior do Estado. (Foto: Reprodução Whatsapp)

Durante coletiva de imprensa, um ônibus de uma cooperativa sofreu uma tentativa de incêndio na manhã desta quinta-feira, 8, no bairro Seis de Agosto. O coletivo faz viagens para ramais do interior do Estado. Foram os próprios passageiros que apagaram as chamas.

Segundo informações, o ônibus se preparava para sair quando alguns suspeitos, não identificados, jogaram uma garrafa com combustível pela janela do ônibus.

O Corpo de Bombeiros ainda foi acionado, porém, as chamas já tinham sido apagadas.

Segundo populares e passageiros, o fogo não era grande.

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