A Aldeia Nova Esperança, dos povos indígenas Yawanawa, de Tarauacá, iniciou neste domingo, 25, a 14ª edição do Festival Yawa – uma das maiores festividades indígenas da Região Norte, que reúne tradição, cultura e espiritualidade.
O governador Tião Viana prestigiou a abertura do festival acompanhado pelo assessor especial indígena Zezinho Kaxinawa, o assessor do senador Jorge Viana, Carlos Araújo, e pelas secretárias de Estado de Turismo, Rachel Moreira, e de Comunicação, Andréa Zílio. O prefeito Rodrigo Damasceno e o deputado estadual Jenilson Leite também estiveram presentes, assim como outros membros do Governo do Estado.
Na abertura do festival, Tião Viana recebeu as boas-vindas das lideranças da aldeia, num ritual de proteção e purificação.
“Esta é uma festa muito bonita na história do Acre, que envolve o mistério, a lenda e toda a magia de viver na floresta, e mostra a identidade de um povo que tenta buscar o que há de mais bonito e mais simples, do trabalho ao hábito alimentar indígena”, enfatizou Tião Viana.
Festival homenageia a mulher Yawanawa
O evento se estende até 31 deste mês e já reúne cerca de 300 visitantes de outras aldeias, do Brasil e diversos países do mundo. Nesta edição, o Festival Yawa homenageia as mulheres Yawanawa.
“Elas merecem essa dedicação, pela força, bravura, coragem, firmeza e dedicação com a qual conduzem o lar, a criação dos filhos e o preparo dos alimentos”, contou o cacique da aldeia, Biraci Yawanawa.
A pajé Putani – esposa do cacique da aldeia – reafirma a identidade da mulher Yawa. “É uma mãe guerreira, geradora de vidas. É a mãe de todo o povo”, conclui.
Representando o senador Jorge Viana, Carlos Araújo agradeceu pela força espiritual e pela certeza de que cada vez mais o modo com o qual os povos indígenas vivem garante a certeza de que a solução está na origem, para ter um mundo saudável e de acolhida.
“Aqui a gente sente, bebe e vive a semente de uma nova civilização, que está na origem. Aqui a gente encontra as respostas para as nossas aflições do mundo moderno, que são a solidariedade, a humanidade, para juntos construirmos o novo”, enfatizou.
Fortalecimento do turismo
A secretária de Turismo, Rachel Moreira, pontuou que os festivais indígenas marcam o turismo do Acre. “São altamente ricos na participação de turistas e na valorização da cultura indígena. Esse diferencial garante destaque ao Acre, em relação aos demais estados da Região Norte”, afirmou.
O designer Marcelo Rosembaun conta que há quatro anos frequenta a aldeia, o que rendeu a produção de um valoroso projeto no coração da floresta amazônica acreana.
“Produzimos luminárias, as quais expusemos na Expo Mundial, em Milão [Itália] – fruto desses encontros e em parceria com o Governo do Acre -, e na sequência repensamos as moradias da aldeia, fazendo um resgate da tipologia ancestral. Esse projeto foi desenvolvido por uma equipe gigante. É um trabalho grandioso que envolve o trabalho das florestas, com um povo que entende e valoriza a preservação da natureza”, destacou o turista. (Ana Paula Pojo / Agência Acre)
O que disseram
“O festival já se consagrou por reunir os povos indígenas Yawanawa e de todo o Estado, além de vários turistas, que vêm conhecer um pouco mais da nossa tradição. Nós nos sentimos honrados de ter em nosso município uma riqueza cultural tão grande como a do povo Yawanawa”. (Prefeito Rodrigo Damasceno)
“Este é um dos primeiros festivais dos Povos Indígenas do Acre, e a partir dele foram originados outros festivais em outras terras, outros povos. Isso fortalece a cultura dos povos indígenas e o intercâmbio entre eles”. (Zezinho Kaxinawa)
“O objetivo do festival é reunir a família para comemorar a nossa luta, a nossa resistência, e isso faz parte da nossa cultura. Estamos mostrando aqui que ainda existe um povo na floresta que luta pela sua tradição e pelo que há de melhor na sua essência. A resistência da nossa cultura é secular”. (Biraci Júnior Yawanawa)
“O festival Yawa é uma das mais belas festas dos povos indígenas no Brasil. Há um rito de espiritualidade, do qual recebemos muita energia e conhecimento da floresta. São conhecimentos que levamos para nossa organização social também na cidade”. (Deputado estadual Jenilson Leite)
