A jovem Jessica Amanda Oliveira, de 20 anos, foi diagnosticada ainda na infância como portadora de anemia falciforme. Desde os 5 anos de idade, Jéssica luta contra a doença. Com o tipo sanguíneo O+, a jovem tem dificuldade de encontrar doadores. Grávida de cinco meses, a situação ficou delicada e ela passou a buscar vagas em hemocentros pelo Brasil.
O Tratamento Fora de Domicílio (TFD), com Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) aéreo já foi garantido pelo Estado. Porém, a dificuldade de encontrar vagas em hemocentros segura a jovem, que precisa fazer tratamento, no Acre. Hoje, Jéssica se encontra internada no leito de um hospital, e, segundo seu médico, o quadro dela é estável.
Segundo a assistente social, Carmem Charife, de 42 anos, responsável pela mobilização através das redes sociais, qualquer tipo sanguíneo é bem vindo. “É só chegar no Hemoacre, informar que é para o banco de dados da Jéssica Oliveira. Depois os bioquímicos vão analisar e manipular o sangue para ver se o organismo dela aceita”, explicou.
De acordo com Charife, o maior problema é que o organismo de Jéssica criou anticorpos do tipo Kell e F, ou seja, o corpo da jovem pode rejeitar o sangue. Por isso, quanto mais doadores melhor. “Antes ela recebia doações de Porto Velho, mas o corpo dela começou a rejeitar. Estamos fazendo uma mobilização geral. Já entramos em contato com doadores até de Buenos Aires”, contou Charife.
Em apenas 24 horas, a campanha no Facebook já teve mais de 100 compartilhamentos e 2 mil visualização. A assistente social destaca o valor da doação: “As pessoas não sabem a importância de ser doador de sangue. Não só no caso da Jéssica, mas para todos que estão precisando. Precisamos nos conscientizar”, ressaltou.
Ainda segunda Charife, o Hemoacre espera há mais de um ano por um equipamento que realiza o teste de fenotipagem de hemácias. Esse teste assegura a qualidade e compatibilidade de sangue de doador e receptor. “Se tivesse esse material, ajudaria muito, principalmente para os portadores desse tipo de anemia”, disse.
Por fim, a amiga da família, Carmem Charife, faz um apelo à população: “Estamos mobilizando todos. O caso dela é grave e estamos todos muito preocupados. Qualquer doação é bem vinda”.
O que é anemia falciforme?
A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode se manifestar também nos brancos. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos.
Alguns sintomas são comuns da anemia falciforme: dores articulares, fadiga intensa, palidez, atraso no crescimento, feridas nas pernas, problemas neurológicos, entre outros.