Essa operação deflagrada ontem pela Polícia Federal, que desarticulou uma quadrilha de traficantes de drogas no Estado, só vem a confirmar o que se vem há muito tempo alertando: que o narcotráfico não desistiu de abrir um caminho ou entreposto para as suas atividades no Acre devido a sua posição geográfica e a falta de policiamento na fronteira com os dois países tidos como maiores produtores e exportadores – Bolívia e Peru.
Pelas informações colhidas ontem, trata-se de um organização criminosa bem articulada por alguns empresários e políticos, que movimentava quase meio milhão de reais por mês, utilizando-se, sobretudo, das chamadas “mulas” para transportar a droga para outros estados e mesmo para o exterior.
Coincidência ou não, ainda esta semana, noticiou-se que uma dessas “mulas” foi presa ao chegar em Israel com 24 quilos de pasta-base de cocaína.
Fato é que o problema existe, é grave e o que a sociedade espera da Polícia Federal no Acre é este trabalho contínuo, de inteligência para monitorar a fronteira e desarticular o narcotráfico.
Está mais do que provado que a criminalidade é, em grande parte, alimentada pelo tráfico e consumo de drogas que, no seu rastro, traz tudo o que não presta.