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Brasil está voltando à normalidade, diz consultor da CNI, em palestra no Acre

“Devido à crise americana entre os anos de 2003 e 2008, o Brasil teve um período farto, porém de abertura de economia baixa, com a valorização de todas as moedas dos países menores. Nosso poder de compra aumentou muito. Agora, está havendo um retorno à normalidade. Não se trata de crise”, garantiu o consultor da CNI, Eduardo Velho, em palestra ministrada na noite de quinta-feira, 19 de novembro, na Fieac, em alusão ao Dia do Empresário da Indústria de Rio Branco. O evento foi iniciativa do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), um instrumento desenvolvido pela CNI em parceria com as federações de indústria para fortalecer a representação sindical empresarial, a fim de aprimorar sua atuação na defesa de um ambiente de negócios favorável à competitividade.

Intitulada “Política econômica e cenário financeiro: Impactos na indústria e no comércio”, a palestra teve por objetivo focar onde os empresários estão localizados dentro da atual situação de “crise” em que se encontra o país e apontar potenciais caminhos e soluções. “A ideia é mostrar ao empresário do comércio e da indústria como ele pode reagir e se preparar para esse movimento que ainda está acontecendo e que ainda não se desenvolveu. O objetivo da palestra é ser mais realista”, explicou Velho.

Após contextualizar os antecedentes da política econômica brasileira, apresentando o crescimento do PIB desde 1982 até o ano passado, bem como o movimento do mercado americano – que influencia em todo o mundo -, o consultor da CNI chegou até a atual situação, que hoje é encarada como crise. “Estamos voltando às condições do ano de 2002, a condição normal do Brasil. A economia americana voltou a crescer há mais de um ano e meio e a China começou um movimento de franca desaceleração. Também fomos muito beneficiados com a expansão da China, que aconteceu a partir da década de 1990. A abertura para importações do nosso país sempre foi muito baixa. A do Peru, por exemplo, é o dobro da nossa”, esclareceu.

 PERSPECTIVAS – O palestrante reforçou, ainda, a necessidade de reformas e a fraqueza política brasileira, alertando que é imperioso haver um controle de gastos por parte do governo e que a formalização do mercado de trabalho está se esgotando. Eduardo Velho avaliou também que a atual recessão não se iniciou com o ajuste fiscal, e sim no segundo trimestre de 2014. “Mas, um ano antes, o PIB já havia parado de crescer. Esta deverá ser uma recessão longa – no mínimo de oito ou dez trimestres – e as perspectivas são de que, uma vez encerrada, será seguida de um longo período de estagnação ou de crescimento muito baixo”, concluiu.

Para a empresária do setor florestal Marluce Barlatti, os eventos realizados pela Fieac, em especial por meio do Programa de Desenvolvimento Associativo, são de extrema relevância para esclarecer o setor empresarial local com mais precisão sobre o cenário onde ele está inserido. “Considero de grande importância. A palestra nos esclareceu muito sobre a situação financeira, no que abrange a economia atual do Brasil. Isso afeta diretamente as indústrias, as taxas de emprego e tudo mais. O empresário acreano só ganha com isso, pois isso é informação, com dados precisos, e é fundamental para nos esclarecer muitas dúvidas”, avaliou.

O presidente da Fieac, José Adriano Ribeiro, agradeceu pela importante contribuição do palestrante para o setor produtivo acreano, afirmando que a instituição não tem medido esforços para subsidiar o empresário local, seja abastecendo-o de informações ou na promoção de seus interesses. “Tenho certeza de que todos nós sairemos daqui ainda mais conscientes e em condições de nos preparar para o que vier. A Fieac está sempre aberta para receber e auxiliar o empresário e suas empresas, buscando e esgotando todas as alternativas”, finalizou.

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