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“Era uma funcionária compromissada. Estamos tristes”, relata a diretora de creche

 Em plena segunda-feira a creche estava silenciosa, os corredores vazios e um clima de tristeza não deixam dúvidas. Os funcionários da creche Francisca Leite Ferreira, localizada no bairro Cidade Nova, ainda estavam em choque com a morte da professora Franciane Piva Peres. Pelo mesmo motivo a escola Lourival Pinho também não abriu suas portas.

A diretora da creche, Maria Rodrigues, ainda bastante emocionada, falou como era conviver com a professora.

“Determinada, corajosa, compromissada e zelosa. As crianças e ela tinham uma relação muito bacana. Franciane conseguiu conquistar a confiança dos pais, também”, lembrou a diretora.

A professora trabalhava na escola desde 2013. Maria Rodrigues lembrou dos obstáculos enfrentados pela colega de trabalho. “Ela passou por muitas dificuldades, educava os filhos com muito sacrifício. Mesmo assim, as crianças são tranquilas e bem cuidadas. Ela era uma mãe e tanto”, confirmou.

O filho mais novo de Franciane estudava na mesma creche onde ela trabalhava. “Por isso, acompanhamos a luta dela de perto. Ela não tinha família aqui. Mas fez muitos amigos”, ressaltou a diretora.

Ano passado, Maria Rodrigues contou que Franciane passou no concurso e conseguiu outro contrato, ainda em 2014, fez Enem e com a nota ganhou uma bolsa de estudos integral, no curso de Pedagogia, numa faculdade à distância, detalhou a diretora.

Na sexta-feira, 20, quando foi atingida por três tiros fatais, Franciane estava voltando da aula e se dirigia para buscar o filho mais novo de dois anos. “Ela tinha o maior orgulho de dizer que estava vencendo na vida. E tinha razão. Ela estava só no início de uma carreira promissora”, lamentou Maria Rodrigues.

Na escola Lourival Pinto ninguém foi encontrado para falar sobre a professora. As autoridades policiais descartaram totalmente a possibilidade de crime de latrocínio (roubo seguido de morte) já que nenhum pertence da professora foi levado.

O delegado de Polícia Civil, Nilton Boscaro, informou que as investigações estão avançadas e que o caso foi passado para a Delegacia da Mulher. O delegado disse, ainda, que um está sendo feito um levantamento nos meios de comunicação da vítima e que pessoas próximas da professora devem ser ouvidas.

Luto professora - OL (2) Luto professora - OL (1)

Fotos: Odair Leal/ A GAZETA
Fotos: Odair Leal/ A GAZETA
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