O cenário econômico do país preocupa cada dia mais. A projeção de instituições financeiras para a inflamação em 2016 ultrapassou o limite da meta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (Ipca) subiu de 6,50% (teto da meta de inflação) para 6,64%, esta foi a 16ª alta consecutiva. A projeção é parte da pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras.
Para este ano, a estimativa subiu pela 10ª vez seguida, ao passar de 10,04% para 10,33%. Devidos ás indefinições e alterações na política fiscal do governo, o BC abandonou o objetivo de alcançar o centro da meta de inflação (4,5%) em 2016, e espera que a inflação fique na meta apenas em 2017.
Segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa), Jurelande Aragão, qualquer projeção feita para os próximos anos são aquém da verdade. Para ele, a crise econômica deve ter seu “epicentro” em março de 2016 e o final apenas daqui dois anos.
Com relação às expectativas para estabilidade e melhora na economia do Brasil e, principalmente do Acre, Aragão é objetivo: “Nossa realidade é triste. Não deslumbro nenhuma coisa otimista para esse primeiro momento de 2016, que são janeiro, fevereiro e março.”
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC disse que a indefinições e alterações significativas na meta fiscal mudam as expectativas para a inflação e criam uma percepção negativa sobre o ambiente econômico.
O presidente da Acisa teme que uma deflação possa acontecer, mas não com um efeito positivo para a economia. “Temo que possa haver um retrocesso, não pelo valor do produto, mas para o poder de compra. O volume de compra diminuiu e vai continuar diminuindo cada vez mais! Daqui a pouco os empresários e a indústrias vão ter que baixar o preço para conseguir vender”, desabafou.
A inflação alta vem acompanhada do encolhimento da economia. Aragão revelou que algumas empresas filiadas a Acisa estão pedindo a diminuição do valor do aluguel, pois a situação está cada diz pior.
“O produto não aumentou, apenas os impostos. O último noticiário da noite anuncia o aumento dos impostos, o primeiro noticiário anuncia mais aumentos! Não consigo visualizar nenhuma alternativa, nada otimista”, apontou Aragão.
Por fim, o presidente fala da expectativa para dezembro. Com o pagamento do décimo terceiro o comércio espera um aumento, ainda que pequeno, nas vendas. “Vamos esperar e torcer para que Deus nos ajude”, concluiu desanimado.