Em comemoração aos 25 anos de atuação no Acre, o projeto Classe Hospitalar tem como principal objetivo oferecer atendimento pedagógico para crianças e adolescentes em situação de internação hospitalar e domiciliar. Com isso, assegura a continuidade dos conteúdos escolares a crianças e adolescentes hospitalizados, possibilitando seu retorno à escola de origem sem qualquer prejuízo.
Para mostrar um pouco desse trabalho ao longo desses anos, uma exposição denominada “Quem Conhece Reconhece” apresentou à sociedade as atividades que muitas vezes se restringem a paredes dos hospitais. A exposição ocorreu no Memorial dos Autonomistas durante todo o dia de ontem.
O grupo de professores da Classe Hospitalar atua no Hospital das Crianças, Hosmac, Unacon, Educandário Santa Margarida e na Casa de Acolhida Souza Araújo. Atualmente, 13 professores atuam na Classe Hospitalar em Rio Branco.
De acordo com a coordenadora de Ensino Especial da SEE, Úrsula Maia, essa é a primeira mostra e teve a participação de internos do Hosmac nas atividades propostas no local.
“O trabalho educacional envolve o aluno/paciente de tal forma que por tempo ele esquece que se encontra numa unidade de saúde. Até mesmo a resposta ao tratamento melhora, aponta os médicos”, destacou a coordenadora.
Poucas pessoas sabem, mas é direito de toda criança e adolescente hospitalizados desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para a saúde e acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência no hospital.
Sobre o dia a dia, a professora Gorete Lima explica que sempre tem uma novidade, mas que o luto é algo bastante presente. “Um dia você trabalha com um aluno e no outro você descobre que ele morreu. É triste, mas não nos abala. Sempre terá outro aluno para ajudar”, destacou.
“Quando a criança fica internada é um momento cansativo, fazendo tratamento, muitas vezes sem saber quanto tempo vai durar esse tratamento. O trabalho que fazemos ajuda as famílias a enfrentar esse período também”, confessou.
Direito garantido por lei
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também estabelece, através da resolução 02/2001, as diretrizes nacionais para a Educação Especial na educação básica e garante o direito à continuidade dos estudos das crianças e adolescentes hospitalizados.
Além disso, o artigo 205 da Constituição Federal de 1988 afirma que toda criança tem direito à educação pública e de qualidade, sendo dever do Estado e da família garantir esse direito.