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Paulista produz documentário sobre a vida de quem mora na Resex Cazumbá-Iracema

Fellipe Lopes, cineasta paulista: "Fiquei de cara quando cheguei aqui no Acre." (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)
Fellipe Lopes, cineasta paulista: “Fiquei de cara quando cheguei aqui no Acre.” (Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

O cineasta paulista, Fellipe Lopes, veio ao Acre para ficar por duas semanas e está há três meses. Essa experiência, longe dos grandes centros e mais próximo do homem da floresta resultou no documentário “Arte Vida Seringueira” que será lançado no próximo dia 28 no festival Pachamama – Cinema de Fronteira.

O filme retrata a relação entre a floresta e o homem na Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema, localizada em Sena Madureira. Fellipe confirma que o projeto é independente, mas que contou com a ajuda de um amigo que mora no Acre.

“Fiquei de cara quando cheguei. Sou de São Paulo, morei em Dublin antes de vir para o Acre. Senti que estava diante de um poço de sabedoria. Me permiti a sentir e conhecer um pouco mais dessa realidade”, detalhou.

A reserva é um legado do líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em dezembro de 1988. Com 750 mil hectares ela é considerada modelo como unidade de conservação na Amazônia. Lá, vivem 360 famílias extrativistas, todas ex-seringueiros, vivem da floresta.

“O que mais me surpreendeu durante as filmagens é o respeito que eles tem pela floresta. Nunca tinha visto isso. O significado da palavra respeito no sentido mais fiel. Ritmo da vida das pessoas é outro. Depois dessa experiência costumo dizer que Amazônia tem seu ritmo. A própria capital do estado tem um ritmo próprio”, destacou Fellipe Lopes.

Os moradores da Cazumbá-Iracema trabalham com a diversidade amazônica. Produzem artesanato com o látex, coletam castanha do Brasil, produzem polpa de açaí, criam peixes e animais silvestres.

Outra característica do povo que chamou a atenção do cineasta foi a hospitalidade. “Me senti em casa. Me surpreendeu”, confirmou.

“Meus personagens se apresentam como seringueiros, com um orgulho danado. Bonito de se vê. Impressionante como eles vivem sem degradar a floresta”, concluiu.

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