
Parte do Acre sentiu pelo menos dois tremores de terra por volta das 17h45 na tarde desta terça-feira, 24. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o primeiro abalo sísmico foi de 6.9 graus de magnitude na escala Richter e o segundo chegou a marcar 7.5 graus na região fronteiriça entre Peru e Brasil, com epicentro no Peru.
Segundo o major Falcão, do Corpo de Bombeiros, as informações levantadas dão conta de que o tremor teve profundidade de 602 km. Apesar do susto, ele afirma que não houve ocorrências e nem registro de desmoronamentos. “Não recebemos nenhum chamado. O Corpo de Bombeiros está em alerta”.
O site do Serviço Geológico dos EUA (USGS) também registrou um tremor de magnitude 7,5 às 20h45 (horário de Brasília) na região, com epicentro no Peru. Em outros sites, havia registros de até três abalos sísmicos.
“Muito forte”, diz pesquisador meteorológico
Para o pesquisador meteorológico e doutor em física, Alejandro Fonseca, há uma explicação bem lógica para o Acre ter sido tão afetado. “O Peru está localizado numa região da América do Sul com chances de atividade sísmica devido a duas placas tectônicas sobre as quais está o continente e áreas do Atlântico e do Pacífico. O movimento destas placas na sua interface provoca terremotos e o Acre está relativamente perto do epicentro do terremoto desta terça-feira, que foi muito forte, de 7,5 graus na escala Richter”.
Acreanos relatam pânico
Além de Rio Branco, o tremor foi sentido em outras cidades acreanas como Brasileia, Xapuri, Bujari, Sena Madureira, Feijó, Manoel Urbano, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Santa Rosa do Purus.
Durante o abalo, estudantes da Faao, Uninorte e funcionários da OAB/AC e órgãos públicos no Centro da Capital deixaram com urgência os prédios. Houve relatos também de que os moradores do residencial Maison Rio Branco deixaram o local em pânico.
A professora Renilde Anastácio, moradora do Segundo Distrito, um dos locais mais atingidos de Rio Branco, conta como foi o momento. “Eu estava em casa quando senti aquele mal-estar. Então, as portas do guarda-roupa começaram a bater como nunca antes. Foi então que percebi o que estava acontecendo”.
O estudante Alex Araújo, que mora no bairro Pedro Roseno, próximo ao Hospital das Clínicas, chegou a confundir o tremor com a força do vento. “Eu estava no sofá quando senti. A princípio pensei que fosse o vento. Então vi todo mundo comentando nas redes sociais”.